segunda-feira, 2 de setembro de 2013

"Papo de estrela"

Jhone chega desconsolado. Interrompe a paz da garota, que lia apaixonadamente "O dia do coringa".
_Nina, perdi uma grande oportunidade. Vi cair uma estrela e desperdicei meu pedido. Poderia pedir dinheiro, outras milhões de coisas. Adivinhe só Nina, oque eu pedi?
Ela sorri pacifica, como se já soubesse de todo segredo da vida. Sob efeito ainda de sua leitura. Mesmo sendo a resposta da pergunta do amigo tão obvia! Ela responde com autoridade.
_Amor, foi oque pediu.
Jhone, assustado, pergunta:
_Como sabe?
Nina, esquecendo o livro na mesa, se dirige para janela aberta e fitando o céu limpinho, diz como quem faz uma prece curta.
_É oque sempre peço.
O amigo interessado, repete seus passos. Dividem a janela. Ele indaga.
_Você já viu cair muitas?
Nina diz:
_Várias, é só olhar para o céu, sorrindo, que alguma já pisca e cai.
Jhone curioso sai amarrando os cabelos finos e loiros, em sinal de impaciência. 
Nina permanece a contemplar a paisagem, como se não importasse com o a questão do amigo. 
Ele volta e diz:
_Então você sempre desperdiça seus pedidos?
Ela sorri, e convincente responde:
_Oque haveria de pedir? Dinheiro? Eu trabalho. Saúde? É Deus quem da. Mas um amor sereno, desses de cinema, só recorrendo as estrelas.
Ele sorri.
Ela completa:
_Quando pedimos amor, ganhamos paz. Então nos amamos por dentro, primeiro. Você está em paz Jhone?
Ele sorri calmo, mas como quem grita que sim.
Ela finaliza:
_Então, pedido realizado!
Jhone se volta para a janela, semblante que multava do envergonhado para esperançoso e convencido. 
O silencio domina o espaço, ambos vigiam o céu. 
Ele com certeza mudara de ideia, e logo mais quando a oportunidade caísse, seu pedido seria o mesmo. Ou somente agradeceria.
Dessa vez sem arrependimento, e mais esperança na vida.





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