terça-feira, 26 de novembro de 2013

Desti(lados)


Eu esperei um sorriso distraído,
uma ligação no meio da tarde...
Também uma mensagem despretensiosa no auge da madrugada.
Eu te esperei me enxergar...
E agora que não me esqueço mais vigiando o relógio,
vem o primeiro elogio.
Um beijo que da boca subiu para a testa.
Ainda estou sorrindo...
E como valeu esperar!

sábado, 23 de novembro de 2013

"Os Papyrus"


A essência do que somos, vem da extração do caule da alma.
Em finas tiras e tantas...
Vertentes e vertigens.
Confusas ou tão claras e objetas.
Particulares como carimbo assinado e datado, estas... Poucas.
Nos produzimos mais das confusas.
Das grossas, brutas, ao longo do relevo refinadas.
Por outras mãos, ásperas e pesadas.
Também, as leves e delicadas.
Mas o formato é dado mesmo pelas rudes.
Como papiros, , molhados pelas águas do céu.
Sobrepostos e cruzados pelas linhas dos destinos.
Para depois,  prensados, martelados, alisados e colados ao lado...
Bem rente aos outros, aos nossos, e outrora, aos de todos.
Magnifica  conexão de sentidos, captados, aprendidos, bem resolvidos e até mesmo os ignorados.
Que se compartilha, soma, se comunica, absorve e envolve.
A fala de inicio de um, completando o contexto do outro...
Dando as palavras, as letras que presas entre os dentes pedem aos dedos, mente e peito,
para darem á vida dos textos, os significados.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

"Butiquim"


Moço do cabelo manualmente cacheado.
Da cor do Bob Marley naquele quadro.
Eu só te beijo se virar meu namorado...
Dei start no romance,
quando passou me olhando de relance...
Foi pra longe e eu envelheci te esperando.
Dez minutos de solidão...
Mais tarde, quase nunca,
me encontrou em uma sinuca.
Me desafiou sem questionar,
e venceu mais que um bilhar.
Levou meu coração e minhas pronuncias. 
E para comemorar, beijinho nas janelas, 
deslizando os corredores,
sacudi em negativa,
a casa inteira para te despistar.
Pois moço, 
não é desfeita,
se quiser te dou a chave,
faça o meu canto de seu Habitat.
Mas primeiro, cola sua mão na minha,
me contrate para a sua firma.
Me efetive no seu afeto.
Pois se eu deixo o caminho aberto...
Você bate a porta e já sai antes mesmo de entrar.


"Do contrário"


Grite (em silencio)!
Chore (escondido)!
Quebre um frasco de perfume (no resto)!
Diga (meias verdades)!
Se embebeda (com meia dose)!
Corra sem rumo ( da sala para a cozinha)!
Sorria muito (sem mostrar os dentes)!
Cante loucamente (no banheiro)!
Se aventure (com o máximo de segurança)!
Arrisque a vida (sem frio na barriga)!
Ame (devagar)!
Sofra (sem chorar)!
As placas te matam antes mesmo do fim da vida chegar...




quinta-feira, 14 de novembro de 2013

"Palavras pequenas"


Fiquei muda,
mudei minha conduta.
Te escrevo as ultimas linhas.
Palavra escrita não é palavra dita,
apesar de assim mesmo sentida.
A voz alta enfatiza,
uma dor já atenuada pela falta de despedida. 



"A margem"


Eu, com todos os meus problemas sem nome.
Talvez pseudônimos para a ingratidão.
Ansiedade, solidão, desamores...
Desencontro que ultimamente me consome.
Ao olhar aqueles olhos pequenos,
eu tive vergonha.
Afinal, nunca sofri de frio, desamparo e fome!

Hoje eu não vou dizer
da parte triste do meu viver
não sou exceção, estou longe de ser...
Na disputa por quem sofri mais,
eu vi uma criança vencer.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

"Novembro"


A gota incompreendida salta veloz e beija o chão...
"Pafit".
Foi suicídio! (Cochichavam as nuvens).
Depois outra,
mais uma,
mais dez...Cem... Mil...
Perde-se a conta.
Molham as almas.
Mas não é nada não,
melhor pensar assim.
É só a chuva lá fora, brincando de chover...

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

(Tempo)ral


Dar um tempo?
Foi oque pensei...
Mas como dar o que não possuo?
Posso dar as costas,
a ausência,
até o silencio.
Mas não tenho tempo...
Ando sempre atrasada,
com pressa,
as vezes corro para alcançar.
Você o desperdiça, sem saber o quanto resta...
Sem saber se já esta no fim, no fundo.
Enquanto eu poupo, recupero.
Sem imaginar que ele ainda transborda de tanto...