quinta-feira, 31 de outubro de 2013

"Meu Par"

Querido,
perceba como o mundo reage ao nosso encontro...
Como a vida nos salda a boas vindas.
As crianças vão sorrir por onde a gente passar.
O sol vai aquecer e a lua iluminará.
Estrelas vão cair, e nossos sonhos irão reinar.
Se nossas mãos se abraçam,
tudo ficará bem.
As condições serão sempre favoráveis,
e o clima também.
Mesmo se a chuva cair,
entenda, é a emoção do céu.
É o coração de Deus expressando o bem querer.
Demonstrado a felicidade em ver o nosso sentimento crescer.
As flores vão se tomar de cores,
e mesmo em tempos de seca,
nosso jardim sobreviverá.
Por onde a gente passar, os olhares vão sorrir,
e nossas faces vão corar
A avenida irá aplaudir,
sempre que o nosso amor desfilar.


terça-feira, 22 de outubro de 2013

"Segredo a sete estrelas"


Ela se sentia tão feliz...
Podia mesmo sentir os braços de Deus envolver suas extremidades e aconchegar em seu colo a sua alma.
Sorria serena para os quatro ventos e diálogos mentais aconteciam espontaneamente. Provavelmente conversava com os anjos.
Acostumada a deixar seus sentimentos imortalizados por palavras...
Ela sentiu, mas na hora de escrever, desistiu. Preferiu não desperdiçar o tempo olhando para o papel. Afinal! A noite estava tão linda.
Da janela saudou a vida, contemplou a paisagem urbana como se cada grupo de janelas em seus prédios descascados, fossem arvores de especiarias em uma floresta viva.
Pôde sentir a brisa leve. O ar puro enchia os pulmões de paz
O céu testemunhou suas palavras jogadas ao vento.
E se quer saber sobre oque ela dizia...
Não procure em seus manuscritos.
Pergunte as estrelas.
Elas não guardariam de ti esse segredo.

domingo, 20 de outubro de 2013

"Parte 6"

"Nem pensava em ter, que esquecer você"

  Marina entra no quarto com passos firmes e não planejados. Carrega consigo o vento que arrasta os cílios da janela, os cabelos da colcha. Quando cansada de promover batuques dissonantes na madeira do piso, que era estrategia para sobressair ao samba forte e angustiado que ensaiava seu coração. Ela se apoiou nas costas da cadeira e engolindo todo o ar possível, começou a disparar toda a sua verdade, não dita antes, nem em pensamento. Como se as paredes fossem velhas fofoqueiras que boquiabertas, depois de ouvirem todo o desabafo, fossem correndo contar a Diego.
_Nunca senti tanta vergonha de um sentimento que me pareceu dentre todos os que tive, o mais lindo. O mais doce. Mas o gosto amargo de agora, não se compara a nada que já provei. Nem nos piores momentos de infelicidade. O destinei tão puro, cuidadoso. Em troca? Recebi olhos arregalados e boca insensível que se dizia assustada com tanto bem querer... Como pode os vendavais acertarem minhas roupas no varal e mandar para longe, cada peça com a sua história? E deixar a deriva, minha alma nua e hipotérmica de paixão. Como pode o vento de tão forte e cruel arrancar flor por flor do meu vestido predileto, e levar de mim a primavera dos meus dias? É tudo tão estúpido! Como pode o amor, bater na porta do meu coração, insistir para entrar, sentar-se e antes que pudesse me dar conta, já fazer morada? Se alimentar da minha alegria, se embebedar dos meus sorrisos. Sem fazer ao menos um passeio pelas terras de quem amo? Como pode haver lógica em um cupido de uma flecha só? Que economiza a munição, enquanto eu esbanjo minhas forças amarradas em passos que insistem em correr de mim, quebrando qualquer esquina? Odeio esse sentimento que ironicamente foi o mais belo que já senti. E na mesma intensidade que esse amor cresci, me sinto forçadamente diminuída.
 Já sentada de frente para o espelho. Enquanto gritava, escrevia cada palavra como em um ditado, datou a carta e assinou, como se não fosse dirigi-la a se mesma. Se direcionando para a janela ela continua, mas agora, observando a imensidão que cabe em qualquer olhar sem rumo. Ela conclui em um tom cansado e pausado.
_ A distância já não é mais geográfica. Ultrapassou os limites desta dimensão. Eu estou cansada de amar sozinha um sentimento que acolheria uma nação...
Ela começa a pensar na amizade que viera levando com Diego. Ele sempre indiferente como se nunca tivessem admirado um luar juntos. Como se desconhecesse toda a afinidade de almas. Sempre tão técnico, frio...
 Nesse momento, exausta e aos prantos, Marina se joga na cama como quem mira um abismo. O envelope endereçado a si mesmo, contem áudio de decibéis elevados que podem estourar tímpanos sensíveis. Mas Diego? Não compreenderia. Se quer agitaria uma molécula de seu corpo, para entender o que Nina se dispunha a explicar nem que fosse de desenho a giz.
Em um súbito de loucura, sintoma de quem sofre da doença do seculo, "O amor não correspondido". Ela pega a carta e rasga em seis pedaços. Em seguida, incoerente como manda o figurino de quem se veste de paixão. Disca a sequencia de números no teclado do celular, que veicula o seu contato com a paz. Corrijo, com a antiga paz. Mas apos onze bipes, desiste e se poe a juntar suas palavras, como se não soubesse de cor todo seu discurso. Ela cola os pedaços da carta, mas bem sabe que o mesmo não se aplica ao coração quebrado.
 Com semblante de derrota, e de olheiras escuras como a noite que já chegara. Marina sai do quarto. Mal sabe que venceu mais uma etapa rumo ao amadurecimento pessoal. Amou, e sofreu como quem pede para morrer e sobrevive de cicatrizes. Mas da porta para fora, seu semblante mutava. Parecia dez anos mais velha. Vinte gigantes mais forte.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

"(Dois) Lados"


Era uma vez uma garota direita,
escrevia com a mão direita,
só se sentava em poltronas do lado direito.
Caminhava do lado direito da rua.
Usava os cabelos jogados pro lado direito,
Entrava nos lugares sempre religiosamente com o pé direito.
Seu melhor perfil para as fotos? Era o direito.
Mesmo sendo uma garota sistematicamente direita,
Ironicamente dava tudo errado...
Então ela começou a andar de um lado para o outro, sem saber oque fazer.
Não sabia oque lhe faltava.
Até que um belo rapaz, também muito direito, começou a andar do seu lado...
Lhe desarmou logo no primeiro sorriso.
As manias bobas lhe divertiam,
e as semelhanças findavam em gargalhadas
Ela deu espaço para oque te fazia bem...
E experimentou a paisagem da esquerda, observando oque estava bem a sua direita.
Desde então, tudo passou a dar certo.
Juntos eles seguiram em frente.
E da esquerda, ela contempla a vista que dá para o lado direito da vida!


segunda-feira, 14 de outubro de 2013

"Disfarçados de lagartas em um jardim"

Precisei te ferir da cabeça aos pés.
Assim eu pude te curar,
de devagarzinho, até a dor passar.
Ou você se acostumar.
De mansinho, você também maltratou meu coração.
Em seguida me deu beijinhos e me aqueceu com suas mãos.
Conheço tanto de ti,
você também sabe um pouquinho de mim.
Decorei seu cheiro,
seu sorriso, sua aura ultravioleta.
Mas você sabe que meu sorriso reprimido e tímido, cada dia engole uma borboleta.
Esse amor que não se entrega, nos protege da felicidade.
Se não conseguimos manter a distancia, é porque é de verdade.
Entre farpas somos flores que insistem em vaidade.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

"Melhor viver"


Caiu? Levanta.
Te magoaram? O mundo gira.
Se decepcionou? Você supera.
Hoje está ruim? Amanha melhora.
Te traíram? Perdoa.
Ele te deixou? Mas ele volta.
Ou não, talvez nem mais importa.
Dia de temporal? Amanhecerá o sol.
Machucou? Passa Gelol.



Essa dor vai passar...
Não se iluda com a tristeza, é apegada, mas uma hora ela te deixa.
E a sorte vem, o sorriso vem, a alegria vem e a paz também.
Acredite no clichê.
Felicidade é só questão de ser.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

"Longe do meu domínio"

 "Um amor tão puro, que não sabe a força que tem..."



Hoje a tarde você me ligou. E ativou em mim todos os sentidos, até mesmo os desconhecidos.
Reanimou minha memoria, e veio em mente nossa história, findada apenas nesse plano físico. Por hora é isso. Senti suas palavras como carinhos em meu rosto, mas diferente do passado, eu juro que corresponderia. E não te deixaria parar jamais.
 A surpresa da minha reação cardíaca com o seu contado, me deixou para cima e para baixo, procurando a direção. Simulamos o passado, repetindo antigos tratos, costumes e bordão. Você será eternamente meu, mesmo que em pensamentos, sonhos distantes e planos frustados. Você continuará a me pertencer mesmo acabando aqui o livro, mudando o capitulo, trocando os personagens. Eu sou sua, do inicio ao fim, de uma ponta a outra e até do avesso. Sou o modelo do seu abraço, a sintonia da sua voz e o descanso do seu beijo.
 Não há explicação para a doçura em que me transformo ao encontrar o seu olhar sereno, é a casa em que mora a minha paz.
 Satisfação seria, te pedir em casamento e preparar uma festa para contar a novidade ao meus pais.
Eu queria te resgatar do caminho que te levou para outra vida, tão distante da minha...
Eu te faria tão feliz...
 Eu juro que te conquistaria todo dia e te retribuiria o cuidado tão singular que a vida inteira me dedicou... Por amor.
 Com cuidado arquivei as suas cartas, guardei suas palavras que imortalizadas não pertencem as suas respectivas datas. Os presentinhos espalhados, nas dependências da minha antiga casa, me lembram um descaso arrependido de não ter te correspondido a tempo.
 Nos acordes de sua guitarra você tocou a melodia da canção que hoje me escreveu. Escondendo para a surpresa a letra, me senti a garota perfeita, por saber que pelo menos por quatro minutos de música o seu pensamento voltou a ser meu. Pena ser por telefone, senti seu sentimento, mas o meu rosto corado você não viu e nem eu vi o sorriso que você provavelmente deu.
 Enfim eu me pergunto. Até quando a vida vai deixar nosso amor se esvair?
Te vejo escapar entre meus dedos e cada passo a diante você perdi um pouco mais de mim.
Tenho medo que tudo se torne cada vez mais complicado e inviabilize a unificação desse amor que jamais terá um fim.

"FODA-SE"


Paciência,
calma,
paz,
tranquilidade,
compreensão.
Mais delicadeza,
cuidado,
atenção.
Serei mais carinho,
sorrisos,
e perdão.
Eu prometo ousar de leveza no meu tom.
Me permitirei a saudade,
logo os pés na estrada e me jogarei na próxima paixão.
Mas não me negarei á desistência,
á ausência muito menos ao palavrão!

domingo, 6 de outubro de 2013

"Amor próprio"



"Há momentos que tenho conversas internas... No meu mundo paralelo, esqueço do resto do universo. Pois é sempre mais urgente me desvendar."

Quando a paixão se esvaiu, senti um vazio que jamais pensei existir.
O sentimento mesmo que dolorido, me fazia companhia nas noites frias.
E a dor da falta do que amar, era ironicamente bem mais severa do que o amor não correspondido. Hoje acordei curada, mas havia me acostumado com os sintomas de saudade, agonia e ansiedade que resultavam em inspiração.
Eu fui forte todo esse tempo que convivi com a decepção.
Mas quando conquistei a liberdade de um coração livre de ressentimentos e esperanças inválidas, eu não quis sair da prisão.
Sempre tive medo do vazio interior, da tranquilidade de não me desmanchar só por ver alguém.
Ao me  apaixonar constatei, sentimos a vida correr nas veias e quando a paixão se vai, pareci que no peito oco, nem batimentos tem.

Transbordando de vazio eu me encontrava em uma multidão.
Que de tão pouco interessante, me fez erguer a cabeça para o céu, que para chamar a minha atenção, me jogava gotinhas de chuva que uma a uma beliscavam o meu rosto.
Nossos olhos se encontraram, senti as pernas tremulas e a face corada.
Meu sorriso veio fácil e imediatamente fui correspondida.
Quando dei por mim, eu estava prestes a embarcar em outra paixão.
Quando voltei os olhos para baixo e avistei o reflexo do meu rosto em uma pocinha de água no chão.


sábado, 5 de outubro de 2013

"Sem teto"


Você não me encara nos olhos.
Encarei isso como um sim...
Quando ao sentir teus lábios nos meus,
percebi que eles sorriam.
E quando de olhos fechados enxergava o invisível do nosso beijo.
Você me fitava insistente.
Eu sempre percebo.
Você apenas não está pronto.
Para revelar o quanto invadi seu coração.
Nem se quer descobriu quantos hectares dominei.
Mas você sabe bem,
se nossos olhos se cruzarem,
eu irei te descobrir,
te dominar...
Tomarei suas terras.
Mas pareço tão instável.
E você tem medo da chuva.
Teme morar na rua.
Mas eu te prometo,
se eu conquistar seu teto...
Minha casa é sua.





"Perfeita simetria"

Todos meus sentidos te captam,
não importa a distancia...
Mas já não tenho argumentos para te convencer.
Você nasceu para mim...
Mas me desculpe a conclusão,
ela soa tão clichê.
Meu sexto sentido insiste...
Não desista.
A história só acaba quando termina.
E eu ainda escrevo páginas e mais páginas sobre você.

Balanço a cabeça negativamente,
quando te vejo desistir do presente por um futuro,
que talvez nem chegue.
Enquanto isso meu Carpe Diem no braço,
me remete a uma mentira absurda.
Eu me nego todos os dias,
tentando compreender você.
Me passo por pacifica,
enquanto o tempo passa depressa.
A guerra declarada dentro do meu peito,
me vence sempre que você deixa,
o acaso, inimigo do destino, decidir por nós.


terça-feira, 1 de outubro de 2013

"Você quem me ensinou a te esquecer..."


Você entra e sai tão constantemente...
Oscila, cochila e passa do ponto.
E não percebi que molda a minha mente.
Chega e parte, tao de repente...
Já não sei quando está e retardo a saber quando já se foi.
Me acostumei tanto a não te dar moradia,
que quando se vai, eu fico vazia...
Vazia de nostalgia.

"Ansiedade"


Já assisti a três filmes inteiros,
dois romances.
O terceiro não me lembro o nome.
E nem dos dois primeiros.
Sei que chorei...
Comi salada verde,
tomei quatro copos duplos de aguá e
um de Whisky, esse só uma dose e sem gelo.
Trabalhei, mas não rendi.
Li, mas não gravei.
Fui a missa, mas menti.
Ouvi Caetano e Jeneci.
Fiz tantas coisas hoje.


Peguei a Afonso Pena engarrafada,
pisei descalça na grama molhada.
Tirei o pó dos móveis,
desci de escada,
atravessei correndo fora da faixa.
Residi fora de mim.
Senti falta da família e medo do futuro.
Desenhei alguns croquis,
Mastiguei a ponta do lápis.
Fiz de tudo para me distrair.
Recorri a uma prece antes de dormir.
E mesmo assim,
o telefone não tocou.