quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Filho do Rei


Será que você sabe que é um poço de nobreza?
Educação, cavalheirismo e sutileza...
Um poço infindo de tão fundo...
Será que na sua busca em me compreender e de
enxergar a vida com meus olhos,
você sabe que fui eu que me apaixonei pelo seu mundo?
Menino, você dizia querer colorir os seus dias escuros...
Mas ao chegar você trouxe a cor que me faltava,
iluminou minha sala e meu sorriso.
O seu jeito singular que não te orgulha,
é minha busca que não finda.
Você deseja mudar para se enquadrar.
Enquanto eu te enquadraria em um album de retrato animado...
Se você optasse por ficar.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Ultimo reflexo


O vento se joga mundo a fora.
De revolta sacode a arvore que suas folhas soltam.
Passos forçados, ar no espaço.
Olhos de alma,
cor na fala muda.
Silencio alto.
Ele olhou suas mãos de destino torto.
Lembrou das dela que faltam.
Sempre faltaram.
Ela não veio....
e o tempo se resumiu em centímetros de barba.
Homem seco...
De muitas linhas no rosto.
Se ele fechar os olhos a terra estará submersa.
Ele se olhou distraído...
Sobrancelhas caídas.
Para os jornais... Estatísticas.
Ele sentiu a dor que de tanto queimar continuo, nem se nota que mata.
O tempo fechou...
Foi o espelho quem choveu.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Obra perfeita


Quando eu te vi,
foi leitura a primeira vista.
Teu olhar é texto completo, disserto...
Te interpreto.
E teu sorriso poesia de Quintana.
Tua voz é inspiração para Caetano.
E eu, tua leitora assidua...
Se te falta capítulos, eu cheguei para te completar.
Se me falta imagem, sua paisagem ira me ilustrar.
É que estou encantada com as palavras que você me nega.
Quanto mais me silencia, essa paixão se entrega.



Meu compromisso é com a vida


Hoje pela manhã você já acordou pensando em regredir.
Você não reconheci seu esforço de chegar até aqui?
Isso já foi uma conquista!!!
Eu estive do seu lado, eu vi você se ferir,
mas eu permaneci  a te velar, eu fiquei mesmo podendo partir.
Seu momento é confuso, eu entendo, não é diferente para mim.
Você não é o único de passagem por aqui.
A dor, a luta não são méritos seu.
Não existe uma conspiração universal para lhe causar tanto mal.
Por trás do seu fardo, é você quem comanda.
Eu pude ver de perto.
Enquanto eu te dava as mãos, você se jogava abismo abaixo.
Eu poderia te mostrar as cores do meu mundo...
Eu poderia colorir o seu também.
Mas a escuridão te seduziu,
e eu te dei minha ausencia, meu silencio...
Dei espaço para o seu romance com a morte.
Você não quer se salvar.
Se mudar de ideia, me chama...
Eu lhe dou um pouco da minha vida.
Divido contigo meu fôlego para você respirar um novo ar.


domingo, 12 de janeiro de 2014

De mãos dadas


Me dê alimento para os olhos.
Me dê a tua paisagem
Me floresça com o seu jardim.
Depois de chover em mim.
Convertendo em sorrisos as minhas lagrimas.
Me dê a sua estrada.
Eu prometo te seguir se nossas mãos estiverem dadas.
Eu quero amanhecer você.
E nunca mais deixar a noite chegar.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Universo paralelo. Parte I


Chuva caindo...
Enquanto lá dentro, conversa no aconchego do sofá.
Risos entre pausas para deliciar-se de vinho, queijo e azeitonas.
O som da TV como plano de fundo para um papo de passado e futuro...
Fitam o momento  daquele presente que realmente se tornara um presente.
Ela fala disparates, ele a fita sem entender um terço de todas aquelas palavras ansiosas...
Mas sorri. Na verdade ri do sorriso frouxo dela.
Ele levanta sem jeito, caminha até a janela...
Ela completa as taças...
Instantaneamente mudam de assunto.
Sobre oque diziam?
Sobre a paz... Diziam mudos!!!
E tem maneira melhor de falar sobre a paz do que com a voz da alma?
Ela entrega-lhe a taça, dividem o espaço da janela.
Já que dividiam o espaço de suas vidas...
Com um olhar, um franzir de testa, um sorriso envergonhado ela decifra-o sem grande esforço.
Ele fixa o olhar no horizonte, por saber do que ela era capaz de descobrir, caso ficassem frente a frente sem nenhuma distração apenas sendo encobertos pelo ensurdecedor silencio.
Ela percebi sua fuga, agora sorri meia lua como quem avança um obstaculo, no intuito de quebrar o gelo de maneira retrocedente ela afasta. Recua. o deixa a vontade para respirar.
Ele se sente mais seguro ali, seguro de si mesmo.
Ela coloca um dvd, aperta o play para os Bee Gees.
Ele acha graça da iniciativa clichê dela...
Mas não ousaria mudar nada na trama.
Anoite casara perfeitamente com a desorganização caprichosa dela e seus dizeres cômicos.
Ele queria dizer-lhe tantas coisas...
Mas como?
O vinho lhe furtara a sanidade.
E ela? Ela lhe roubara as pronuncias...

Texto por: Kamila Milk e Donatello Ferraz

sábado, 4 de janeiro de 2014

Carta de alforria



Eu sei da saudade,
da dor que invade, me captura.
Você dissimula, e meu caro.
Perdi minha coragem,
de desperdiçar meu tempo te fitando a vontade.
A nostalgia? É de mim...
Do meu sossego, do meu apresso por tudo de antes.
De tudo oque não se pareci com ti.
A dor, o receio...
É do tempo que perdi não me olhando no espelho.
Tudo oque me tornei depois que te conheci...
Não preenche nem a minha mão fechada.
Você me diminuía e com as sobras enchia-se de si.
Mas agora estou de volta,
não te pertence o segredo da minha porta.
Sou mulher demais para você,
na mesma proporção que você não é homem para mim.

Sem flash



Acordei com vontade de fotografar um novo sorriso.
Quando chegar, capricha!
Eu te pisco...
Te revelo, te molduro no meu beijo.
E pronto, arquivado.