segunda-feira, 30 de setembro de 2013

"Indisposta"

Na verdade,
a verdade,
nem sempre será necessária se revelar.
Se você nada mais objetivar.
Eu?
Deixo...
Deito.
Só estou curtindo a preguiça
que você me deu!

domingo, 29 de setembro de 2013

"O beijo"


Lábios apostos.
O vento arrisca passagem
entre o nosso desejo.
Sem exito!
Sempre rígida delimitei a divisão.
Seu espaço.
Meu espaço.
Não teve jeito.



Você avançou,
eu não recuei,
invasão.
Me rendi.
Quente,
macio,
gostoso.
Na minha memória faz morada.
O beijo que ainda não terminou.

"Sanidade"

Quando me dei conta que tudo havia se tornado em uma disputa.
Eu me questionei sobre o prêmio.
O troféu não combinaria com a minha mobília.
Foi então que recuei.
Não fazia sentido algum.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Adaptador barato

 Querido,
minhas mãos estão tremulas,
elas não querem reagir ao seu calor,
ao seu chamado insistente.
Mas automáticas e involuntárias,
deslizam por você, da cabeça a alma.
Desenha suas formas e em formato de amor choram,
te apertam o coração mas logo te soltam.

Elas te arrepiam,
gritam essa paixão que só seus poros ouvem,
seus ouvidos não distinguem mais,
de que boca saem essas palavras quentes,
esses desabafos mudos, contidos.
Esse desejo incontrolável agarrado entre os dentes.
Seu beijo fala o que você insiste em esconder,
não acredito na singularidade desse contato,
apesar do molde exato,
encaixe perfeito.
Seu modelo é adaptável.
Covardemente universal. 

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

"Espelho, espelho meu"

Ôh menina,
Quantas vezes passei por ti de cabeça baixa,
ultimamente venho lhe ignorando.
Te tratando mal,
exaltando quem nos engana,
e rebaixando quem esta dentro de mim.
Fui insensível ao seu valor.
Me perdoe.
Eu que te conheço de outras vidas,
não sabia lhe dizer a cor de seus olhos.
Nuance de sua alma.
Você que de todas as pessoas desse mundo,
es a mais importante, porque es a primeira delas que convivi.
Que vivi.
Me desculpe, eu te abandonei sim,
tive medo de te descobrir,
fui covarde.
Agora sei, se não estiver bem,
nada presta, nada segui.
Hoje eu te vi de relance,
voltei alguns passos,
te encarei firme,
você sorria pra mim.
Que orgulho te ver contente assim,
cada dia mais forte, mais viva.
Sua boca muda só sabia ser lua minguante,
e seus olhos me diziam,
a estrada é por aqui, esse é só o começo, eu te amo sim.
E assim, eu me enche de graça e sai porta pra rua.
o dia ficou perfeito, e eu pude amar o mundo.
Amanhã quando o sol acordar, me lembrarei de novamente,
me encontrar com o espelho e lhe saudar a vida!


segunda-feira, 2 de setembro de 2013

"Até que eu tentei não falar de ti".

Comecei a criar um conto ditado. Preguiça? Não!
Sentada de frente para a porta que dava para o quintal,
vendo a chuva chorar de alegria.
Eu não quis perder tempo olhando para o papel.
Interrompi o conto da menina que perdeu seu peixinho rosa.
Ao perceber que o sol veio enxugar as lagrimas ralas do céu.
Fiquei a observar, que gracinha!!!
De pirraça ele continua a lacrimejar,
para tornar minha tarde irresistivelmente linda.
Fui deixando outro conto fluir, vir oque tiver que vir, naturalmente.
Daí a pocinha d'água que se formava desajeitava,
cria imagem de coração.
Me vem você na cabeça.
Seu olhar calmo, sistemático, insistente.
Que agora é fotografia inanimada.
Deu saudade!!!
Eu sabia que iria acabar assim, o conto do peixinho,
que foi estrategia falha para não dizer de ti.
Do seu sorriso, seu abraço, sua falta.
Desculpa para não saber de mim,
da minha dor, da minha lagrima,
do meu espaço que sobra.

"Papo de estrela"

Jhone chega desconsolado. Interrompe a paz da garota, que lia apaixonadamente "O dia do coringa".
_Nina, perdi uma grande oportunidade. Vi cair uma estrela e desperdicei meu pedido. Poderia pedir dinheiro, outras milhões de coisas. Adivinhe só Nina, oque eu pedi?
Ela sorri pacifica, como se já soubesse de todo segredo da vida. Sob efeito ainda de sua leitura. Mesmo sendo a resposta da pergunta do amigo tão obvia! Ela responde com autoridade.
_Amor, foi oque pediu.
Jhone, assustado, pergunta:
_Como sabe?
Nina, esquecendo o livro na mesa, se dirige para janela aberta e fitando o céu limpinho, diz como quem faz uma prece curta.
_É oque sempre peço.
O amigo interessado, repete seus passos. Dividem a janela. Ele indaga.
_Você já viu cair muitas?
Nina diz:
_Várias, é só olhar para o céu, sorrindo, que alguma já pisca e cai.
Jhone curioso sai amarrando os cabelos finos e loiros, em sinal de impaciência. 
Nina permanece a contemplar a paisagem, como se não importasse com o a questão do amigo. 
Ele volta e diz:
_Então você sempre desperdiça seus pedidos?
Ela sorri, e convincente responde:
_Oque haveria de pedir? Dinheiro? Eu trabalho. Saúde? É Deus quem da. Mas um amor sereno, desses de cinema, só recorrendo as estrelas.
Ele sorri.
Ela completa:
_Quando pedimos amor, ganhamos paz. Então nos amamos por dentro, primeiro. Você está em paz Jhone?
Ele sorri calmo, mas como quem grita que sim.
Ela finaliza:
_Então, pedido realizado!
Jhone se volta para a janela, semblante que multava do envergonhado para esperançoso e convencido. 
O silencio domina o espaço, ambos vigiam o céu. 
Ele com certeza mudara de ideia, e logo mais quando a oportunidade caísse, seu pedido seria o mesmo. Ou somente agradeceria.
Dessa vez sem arrependimento, e mais esperança na vida.





"Como aquelas canções que não precisam de refrões"

Nunca houve abraço,
com tão perfeito encaixe.
E nem voz que de tão melódica,
me calasse.
Tudo isso veio aos poucos,
depois que você chegou.
Percebi que noites com sol são mais belas.
E que o dia vira noite se fecharmos bem as janelas.
Por horas, somos só nós dois.
Mas só por horas, talvez dias.
Até que eu passo a vez,
ou seja passada...
As vezes é tão técnico,
outrora tão improvisado.
Cuidadoso me ensina tanto,
Pela dor, pelo amor, pela inspiração.
valeu o aprendizado.
Sei mais de mim,
sei bem de nós dois.
De você, eu só preciso saber,
da parte que me cabe, você se divide,
se reparte.
Mas quando estamos juntos
é completamente toque, som e imagem.