domingo, 22 de dezembro de 2013

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

"A prévia"


Você pensa que não me importo,
é que eu disfarço bem...
Te olho de canto e sorrio fácil.
Você pergunta de quem são meus pensamentos.
 Eu não abro.
Não tenha pressa, logo mais irá saber.
Que de todas as companhias do mundo,
eu prefiro caminhar com você.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Desti(lados)


Eu esperei um sorriso distraído,
uma ligação no meio da tarde...
Também uma mensagem despretensiosa no auge da madrugada.
Eu te esperei me enxergar...
E agora que não me esqueço mais vigiando o relógio,
vem o primeiro elogio.
Um beijo que da boca subiu para a testa.
Ainda estou sorrindo...
E como valeu esperar!

sábado, 23 de novembro de 2013

"Os Papyrus"


A essência do que somos, vem da extração do caule da alma.
Em finas tiras e tantas...
Vertentes e vertigens.
Confusas ou tão claras e objetas.
Particulares como carimbo assinado e datado, estas... Poucas.
Nos produzimos mais das confusas.
Das grossas, brutas, ao longo do relevo refinadas.
Por outras mãos, ásperas e pesadas.
Também, as leves e delicadas.
Mas o formato é dado mesmo pelas rudes.
Como papiros, , molhados pelas águas do céu.
Sobrepostos e cruzados pelas linhas dos destinos.
Para depois,  prensados, martelados, alisados e colados ao lado...
Bem rente aos outros, aos nossos, e outrora, aos de todos.
Magnifica  conexão de sentidos, captados, aprendidos, bem resolvidos e até mesmo os ignorados.
Que se compartilha, soma, se comunica, absorve e envolve.
A fala de inicio de um, completando o contexto do outro...
Dando as palavras, as letras que presas entre os dentes pedem aos dedos, mente e peito,
para darem á vida dos textos, os significados.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

"Butiquim"


Moço do cabelo manualmente cacheado.
Da cor do Bob Marley naquele quadro.
Eu só te beijo se virar meu namorado...
Dei start no romance,
quando passou me olhando de relance...
Foi pra longe e eu envelheci te esperando.
Dez minutos de solidão...
Mais tarde, quase nunca,
me encontrou em uma sinuca.
Me desafiou sem questionar,
e venceu mais que um bilhar.
Levou meu coração e minhas pronuncias. 
E para comemorar, beijinho nas janelas, 
deslizando os corredores,
sacudi em negativa,
a casa inteira para te despistar.
Pois moço, 
não é desfeita,
se quiser te dou a chave,
faça o meu canto de seu Habitat.
Mas primeiro, cola sua mão na minha,
me contrate para a sua firma.
Me efetive no seu afeto.
Pois se eu deixo o caminho aberto...
Você bate a porta e já sai antes mesmo de entrar.


"Do contrário"


Grite (em silencio)!
Chore (escondido)!
Quebre um frasco de perfume (no resto)!
Diga (meias verdades)!
Se embebeda (com meia dose)!
Corra sem rumo ( da sala para a cozinha)!
Sorria muito (sem mostrar os dentes)!
Cante loucamente (no banheiro)!
Se aventure (com o máximo de segurança)!
Arrisque a vida (sem frio na barriga)!
Ame (devagar)!
Sofra (sem chorar)!
As placas te matam antes mesmo do fim da vida chegar...




quinta-feira, 14 de novembro de 2013

"Palavras pequenas"


Fiquei muda,
mudei minha conduta.
Te escrevo as ultimas linhas.
Palavra escrita não é palavra dita,
apesar de assim mesmo sentida.
A voz alta enfatiza,
uma dor já atenuada pela falta de despedida. 



"A margem"


Eu, com todos os meus problemas sem nome.
Talvez pseudônimos para a ingratidão.
Ansiedade, solidão, desamores...
Desencontro que ultimamente me consome.
Ao olhar aqueles olhos pequenos,
eu tive vergonha.
Afinal, nunca sofri de frio, desamparo e fome!

Hoje eu não vou dizer
da parte triste do meu viver
não sou exceção, estou longe de ser...
Na disputa por quem sofri mais,
eu vi uma criança vencer.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

"Novembro"


A gota incompreendida salta veloz e beija o chão...
"Pafit".
Foi suicídio! (Cochichavam as nuvens).
Depois outra,
mais uma,
mais dez...Cem... Mil...
Perde-se a conta.
Molham as almas.
Mas não é nada não,
melhor pensar assim.
É só a chuva lá fora, brincando de chover...

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

(Tempo)ral


Dar um tempo?
Foi oque pensei...
Mas como dar o que não possuo?
Posso dar as costas,
a ausência,
até o silencio.
Mas não tenho tempo...
Ando sempre atrasada,
com pressa,
as vezes corro para alcançar.
Você o desperdiça, sem saber o quanto resta...
Sem saber se já esta no fim, no fundo.
Enquanto eu poupo, recupero.
Sem imaginar que ele ainda transborda de tanto...

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

"Meu Par"

Querido,
perceba como o mundo reage ao nosso encontro...
Como a vida nos salda a boas vindas.
As crianças vão sorrir por onde a gente passar.
O sol vai aquecer e a lua iluminará.
Estrelas vão cair, e nossos sonhos irão reinar.
Se nossas mãos se abraçam,
tudo ficará bem.
As condições serão sempre favoráveis,
e o clima também.
Mesmo se a chuva cair,
entenda, é a emoção do céu.
É o coração de Deus expressando o bem querer.
Demonstrado a felicidade em ver o nosso sentimento crescer.
As flores vão se tomar de cores,
e mesmo em tempos de seca,
nosso jardim sobreviverá.
Por onde a gente passar, os olhares vão sorrir,
e nossas faces vão corar
A avenida irá aplaudir,
sempre que o nosso amor desfilar.


terça-feira, 22 de outubro de 2013

"Segredo a sete estrelas"


Ela se sentia tão feliz...
Podia mesmo sentir os braços de Deus envolver suas extremidades e aconchegar em seu colo a sua alma.
Sorria serena para os quatro ventos e diálogos mentais aconteciam espontaneamente. Provavelmente conversava com os anjos.
Acostumada a deixar seus sentimentos imortalizados por palavras...
Ela sentiu, mas na hora de escrever, desistiu. Preferiu não desperdiçar o tempo olhando para o papel. Afinal! A noite estava tão linda.
Da janela saudou a vida, contemplou a paisagem urbana como se cada grupo de janelas em seus prédios descascados, fossem arvores de especiarias em uma floresta viva.
Pôde sentir a brisa leve. O ar puro enchia os pulmões de paz
O céu testemunhou suas palavras jogadas ao vento.
E se quer saber sobre oque ela dizia...
Não procure em seus manuscritos.
Pergunte as estrelas.
Elas não guardariam de ti esse segredo.

domingo, 20 de outubro de 2013

"Parte 6"

"Nem pensava em ter, que esquecer você"

  Marina entra no quarto com passos firmes e não planejados. Carrega consigo o vento que arrasta os cílios da janela, os cabelos da colcha. Quando cansada de promover batuques dissonantes na madeira do piso, que era estrategia para sobressair ao samba forte e angustiado que ensaiava seu coração. Ela se apoiou nas costas da cadeira e engolindo todo o ar possível, começou a disparar toda a sua verdade, não dita antes, nem em pensamento. Como se as paredes fossem velhas fofoqueiras que boquiabertas, depois de ouvirem todo o desabafo, fossem correndo contar a Diego.
_Nunca senti tanta vergonha de um sentimento que me pareceu dentre todos os que tive, o mais lindo. O mais doce. Mas o gosto amargo de agora, não se compara a nada que já provei. Nem nos piores momentos de infelicidade. O destinei tão puro, cuidadoso. Em troca? Recebi olhos arregalados e boca insensível que se dizia assustada com tanto bem querer... Como pode os vendavais acertarem minhas roupas no varal e mandar para longe, cada peça com a sua história? E deixar a deriva, minha alma nua e hipotérmica de paixão. Como pode o vento de tão forte e cruel arrancar flor por flor do meu vestido predileto, e levar de mim a primavera dos meus dias? É tudo tão estúpido! Como pode o amor, bater na porta do meu coração, insistir para entrar, sentar-se e antes que pudesse me dar conta, já fazer morada? Se alimentar da minha alegria, se embebedar dos meus sorrisos. Sem fazer ao menos um passeio pelas terras de quem amo? Como pode haver lógica em um cupido de uma flecha só? Que economiza a munição, enquanto eu esbanjo minhas forças amarradas em passos que insistem em correr de mim, quebrando qualquer esquina? Odeio esse sentimento que ironicamente foi o mais belo que já senti. E na mesma intensidade que esse amor cresci, me sinto forçadamente diminuída.
 Já sentada de frente para o espelho. Enquanto gritava, escrevia cada palavra como em um ditado, datou a carta e assinou, como se não fosse dirigi-la a se mesma. Se direcionando para a janela ela continua, mas agora, observando a imensidão que cabe em qualquer olhar sem rumo. Ela conclui em um tom cansado e pausado.
_ A distância já não é mais geográfica. Ultrapassou os limites desta dimensão. Eu estou cansada de amar sozinha um sentimento que acolheria uma nação...
Ela começa a pensar na amizade que viera levando com Diego. Ele sempre indiferente como se nunca tivessem admirado um luar juntos. Como se desconhecesse toda a afinidade de almas. Sempre tão técnico, frio...
 Nesse momento, exausta e aos prantos, Marina se joga na cama como quem mira um abismo. O envelope endereçado a si mesmo, contem áudio de decibéis elevados que podem estourar tímpanos sensíveis. Mas Diego? Não compreenderia. Se quer agitaria uma molécula de seu corpo, para entender o que Nina se dispunha a explicar nem que fosse de desenho a giz.
Em um súbito de loucura, sintoma de quem sofre da doença do seculo, "O amor não correspondido". Ela pega a carta e rasga em seis pedaços. Em seguida, incoerente como manda o figurino de quem se veste de paixão. Disca a sequencia de números no teclado do celular, que veicula o seu contato com a paz. Corrijo, com a antiga paz. Mas apos onze bipes, desiste e se poe a juntar suas palavras, como se não soubesse de cor todo seu discurso. Ela cola os pedaços da carta, mas bem sabe que o mesmo não se aplica ao coração quebrado.
 Com semblante de derrota, e de olheiras escuras como a noite que já chegara. Marina sai do quarto. Mal sabe que venceu mais uma etapa rumo ao amadurecimento pessoal. Amou, e sofreu como quem pede para morrer e sobrevive de cicatrizes. Mas da porta para fora, seu semblante mutava. Parecia dez anos mais velha. Vinte gigantes mais forte.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

"(Dois) Lados"


Era uma vez uma garota direita,
escrevia com a mão direita,
só se sentava em poltronas do lado direito.
Caminhava do lado direito da rua.
Usava os cabelos jogados pro lado direito,
Entrava nos lugares sempre religiosamente com o pé direito.
Seu melhor perfil para as fotos? Era o direito.
Mesmo sendo uma garota sistematicamente direita,
Ironicamente dava tudo errado...
Então ela começou a andar de um lado para o outro, sem saber oque fazer.
Não sabia oque lhe faltava.
Até que um belo rapaz, também muito direito, começou a andar do seu lado...
Lhe desarmou logo no primeiro sorriso.
As manias bobas lhe divertiam,
e as semelhanças findavam em gargalhadas
Ela deu espaço para oque te fazia bem...
E experimentou a paisagem da esquerda, observando oque estava bem a sua direita.
Desde então, tudo passou a dar certo.
Juntos eles seguiram em frente.
E da esquerda, ela contempla a vista que dá para o lado direito da vida!


segunda-feira, 14 de outubro de 2013

"Disfarçados de lagartas em um jardim"

Precisei te ferir da cabeça aos pés.
Assim eu pude te curar,
de devagarzinho, até a dor passar.
Ou você se acostumar.
De mansinho, você também maltratou meu coração.
Em seguida me deu beijinhos e me aqueceu com suas mãos.
Conheço tanto de ti,
você também sabe um pouquinho de mim.
Decorei seu cheiro,
seu sorriso, sua aura ultravioleta.
Mas você sabe que meu sorriso reprimido e tímido, cada dia engole uma borboleta.
Esse amor que não se entrega, nos protege da felicidade.
Se não conseguimos manter a distancia, é porque é de verdade.
Entre farpas somos flores que insistem em vaidade.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

"Melhor viver"


Caiu? Levanta.
Te magoaram? O mundo gira.
Se decepcionou? Você supera.
Hoje está ruim? Amanha melhora.
Te traíram? Perdoa.
Ele te deixou? Mas ele volta.
Ou não, talvez nem mais importa.
Dia de temporal? Amanhecerá o sol.
Machucou? Passa Gelol.



Essa dor vai passar...
Não se iluda com a tristeza, é apegada, mas uma hora ela te deixa.
E a sorte vem, o sorriso vem, a alegria vem e a paz também.
Acredite no clichê.
Felicidade é só questão de ser.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

"Longe do meu domínio"

 "Um amor tão puro, que não sabe a força que tem..."



Hoje a tarde você me ligou. E ativou em mim todos os sentidos, até mesmo os desconhecidos.
Reanimou minha memoria, e veio em mente nossa história, findada apenas nesse plano físico. Por hora é isso. Senti suas palavras como carinhos em meu rosto, mas diferente do passado, eu juro que corresponderia. E não te deixaria parar jamais.
 A surpresa da minha reação cardíaca com o seu contado, me deixou para cima e para baixo, procurando a direção. Simulamos o passado, repetindo antigos tratos, costumes e bordão. Você será eternamente meu, mesmo que em pensamentos, sonhos distantes e planos frustados. Você continuará a me pertencer mesmo acabando aqui o livro, mudando o capitulo, trocando os personagens. Eu sou sua, do inicio ao fim, de uma ponta a outra e até do avesso. Sou o modelo do seu abraço, a sintonia da sua voz e o descanso do seu beijo.
 Não há explicação para a doçura em que me transformo ao encontrar o seu olhar sereno, é a casa em que mora a minha paz.
 Satisfação seria, te pedir em casamento e preparar uma festa para contar a novidade ao meus pais.
Eu queria te resgatar do caminho que te levou para outra vida, tão distante da minha...
Eu te faria tão feliz...
 Eu juro que te conquistaria todo dia e te retribuiria o cuidado tão singular que a vida inteira me dedicou... Por amor.
 Com cuidado arquivei as suas cartas, guardei suas palavras que imortalizadas não pertencem as suas respectivas datas. Os presentinhos espalhados, nas dependências da minha antiga casa, me lembram um descaso arrependido de não ter te correspondido a tempo.
 Nos acordes de sua guitarra você tocou a melodia da canção que hoje me escreveu. Escondendo para a surpresa a letra, me senti a garota perfeita, por saber que pelo menos por quatro minutos de música o seu pensamento voltou a ser meu. Pena ser por telefone, senti seu sentimento, mas o meu rosto corado você não viu e nem eu vi o sorriso que você provavelmente deu.
 Enfim eu me pergunto. Até quando a vida vai deixar nosso amor se esvair?
Te vejo escapar entre meus dedos e cada passo a diante você perdi um pouco mais de mim.
Tenho medo que tudo se torne cada vez mais complicado e inviabilize a unificação desse amor que jamais terá um fim.

"FODA-SE"


Paciência,
calma,
paz,
tranquilidade,
compreensão.
Mais delicadeza,
cuidado,
atenção.
Serei mais carinho,
sorrisos,
e perdão.
Eu prometo ousar de leveza no meu tom.
Me permitirei a saudade,
logo os pés na estrada e me jogarei na próxima paixão.
Mas não me negarei á desistência,
á ausência muito menos ao palavrão!

domingo, 6 de outubro de 2013

"Amor próprio"



"Há momentos que tenho conversas internas... No meu mundo paralelo, esqueço do resto do universo. Pois é sempre mais urgente me desvendar."

Quando a paixão se esvaiu, senti um vazio que jamais pensei existir.
O sentimento mesmo que dolorido, me fazia companhia nas noites frias.
E a dor da falta do que amar, era ironicamente bem mais severa do que o amor não correspondido. Hoje acordei curada, mas havia me acostumado com os sintomas de saudade, agonia e ansiedade que resultavam em inspiração.
Eu fui forte todo esse tempo que convivi com a decepção.
Mas quando conquistei a liberdade de um coração livre de ressentimentos e esperanças inválidas, eu não quis sair da prisão.
Sempre tive medo do vazio interior, da tranquilidade de não me desmanchar só por ver alguém.
Ao me  apaixonar constatei, sentimos a vida correr nas veias e quando a paixão se vai, pareci que no peito oco, nem batimentos tem.

Transbordando de vazio eu me encontrava em uma multidão.
Que de tão pouco interessante, me fez erguer a cabeça para o céu, que para chamar a minha atenção, me jogava gotinhas de chuva que uma a uma beliscavam o meu rosto.
Nossos olhos se encontraram, senti as pernas tremulas e a face corada.
Meu sorriso veio fácil e imediatamente fui correspondida.
Quando dei por mim, eu estava prestes a embarcar em outra paixão.
Quando voltei os olhos para baixo e avistei o reflexo do meu rosto em uma pocinha de água no chão.


sábado, 5 de outubro de 2013

"Sem teto"


Você não me encara nos olhos.
Encarei isso como um sim...
Quando ao sentir teus lábios nos meus,
percebi que eles sorriam.
E quando de olhos fechados enxergava o invisível do nosso beijo.
Você me fitava insistente.
Eu sempre percebo.
Você apenas não está pronto.
Para revelar o quanto invadi seu coração.
Nem se quer descobriu quantos hectares dominei.
Mas você sabe bem,
se nossos olhos se cruzarem,
eu irei te descobrir,
te dominar...
Tomarei suas terras.
Mas pareço tão instável.
E você tem medo da chuva.
Teme morar na rua.
Mas eu te prometo,
se eu conquistar seu teto...
Minha casa é sua.





"Perfeita simetria"

Todos meus sentidos te captam,
não importa a distancia...
Mas já não tenho argumentos para te convencer.
Você nasceu para mim...
Mas me desculpe a conclusão,
ela soa tão clichê.
Meu sexto sentido insiste...
Não desista.
A história só acaba quando termina.
E eu ainda escrevo páginas e mais páginas sobre você.

Balanço a cabeça negativamente,
quando te vejo desistir do presente por um futuro,
que talvez nem chegue.
Enquanto isso meu Carpe Diem no braço,
me remete a uma mentira absurda.
Eu me nego todos os dias,
tentando compreender você.
Me passo por pacifica,
enquanto o tempo passa depressa.
A guerra declarada dentro do meu peito,
me vence sempre que você deixa,
o acaso, inimigo do destino, decidir por nós.


terça-feira, 1 de outubro de 2013

"Você quem me ensinou a te esquecer..."


Você entra e sai tão constantemente...
Oscila, cochila e passa do ponto.
E não percebi que molda a minha mente.
Chega e parte, tao de repente...
Já não sei quando está e retardo a saber quando já se foi.
Me acostumei tanto a não te dar moradia,
que quando se vai, eu fico vazia...
Vazia de nostalgia.

"Ansiedade"


Já assisti a três filmes inteiros,
dois romances.
O terceiro não me lembro o nome.
E nem dos dois primeiros.
Sei que chorei...
Comi salada verde,
tomei quatro copos duplos de aguá e
um de Whisky, esse só uma dose e sem gelo.
Trabalhei, mas não rendi.
Li, mas não gravei.
Fui a missa, mas menti.
Ouvi Caetano e Jeneci.
Fiz tantas coisas hoje.


Peguei a Afonso Pena engarrafada,
pisei descalça na grama molhada.
Tirei o pó dos móveis,
desci de escada,
atravessei correndo fora da faixa.
Residi fora de mim.
Senti falta da família e medo do futuro.
Desenhei alguns croquis,
Mastiguei a ponta do lápis.
Fiz de tudo para me distrair.
Recorri a uma prece antes de dormir.
E mesmo assim,
o telefone não tocou.



segunda-feira, 30 de setembro de 2013

"Indisposta"

Na verdade,
a verdade,
nem sempre será necessária se revelar.
Se você nada mais objetivar.
Eu?
Deixo...
Deito.
Só estou curtindo a preguiça
que você me deu!

domingo, 29 de setembro de 2013

"O beijo"


Lábios apostos.
O vento arrisca passagem
entre o nosso desejo.
Sem exito!
Sempre rígida delimitei a divisão.
Seu espaço.
Meu espaço.
Não teve jeito.



Você avançou,
eu não recuei,
invasão.
Me rendi.
Quente,
macio,
gostoso.
Na minha memória faz morada.
O beijo que ainda não terminou.

"Sanidade"

Quando me dei conta que tudo havia se tornado em uma disputa.
Eu me questionei sobre o prêmio.
O troféu não combinaria com a minha mobília.
Foi então que recuei.
Não fazia sentido algum.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Adaptador barato

 Querido,
minhas mãos estão tremulas,
elas não querem reagir ao seu calor,
ao seu chamado insistente.
Mas automáticas e involuntárias,
deslizam por você, da cabeça a alma.
Desenha suas formas e em formato de amor choram,
te apertam o coração mas logo te soltam.

Elas te arrepiam,
gritam essa paixão que só seus poros ouvem,
seus ouvidos não distinguem mais,
de que boca saem essas palavras quentes,
esses desabafos mudos, contidos.
Esse desejo incontrolável agarrado entre os dentes.
Seu beijo fala o que você insiste em esconder,
não acredito na singularidade desse contato,
apesar do molde exato,
encaixe perfeito.
Seu modelo é adaptável.
Covardemente universal. 

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

"Espelho, espelho meu"

Ôh menina,
Quantas vezes passei por ti de cabeça baixa,
ultimamente venho lhe ignorando.
Te tratando mal,
exaltando quem nos engana,
e rebaixando quem esta dentro de mim.
Fui insensível ao seu valor.
Me perdoe.
Eu que te conheço de outras vidas,
não sabia lhe dizer a cor de seus olhos.
Nuance de sua alma.
Você que de todas as pessoas desse mundo,
es a mais importante, porque es a primeira delas que convivi.
Que vivi.
Me desculpe, eu te abandonei sim,
tive medo de te descobrir,
fui covarde.
Agora sei, se não estiver bem,
nada presta, nada segui.
Hoje eu te vi de relance,
voltei alguns passos,
te encarei firme,
você sorria pra mim.
Que orgulho te ver contente assim,
cada dia mais forte, mais viva.
Sua boca muda só sabia ser lua minguante,
e seus olhos me diziam,
a estrada é por aqui, esse é só o começo, eu te amo sim.
E assim, eu me enche de graça e sai porta pra rua.
o dia ficou perfeito, e eu pude amar o mundo.
Amanhã quando o sol acordar, me lembrarei de novamente,
me encontrar com o espelho e lhe saudar a vida!


segunda-feira, 2 de setembro de 2013

"Até que eu tentei não falar de ti".

Comecei a criar um conto ditado. Preguiça? Não!
Sentada de frente para a porta que dava para o quintal,
vendo a chuva chorar de alegria.
Eu não quis perder tempo olhando para o papel.
Interrompi o conto da menina que perdeu seu peixinho rosa.
Ao perceber que o sol veio enxugar as lagrimas ralas do céu.
Fiquei a observar, que gracinha!!!
De pirraça ele continua a lacrimejar,
para tornar minha tarde irresistivelmente linda.
Fui deixando outro conto fluir, vir oque tiver que vir, naturalmente.
Daí a pocinha d'água que se formava desajeitava,
cria imagem de coração.
Me vem você na cabeça.
Seu olhar calmo, sistemático, insistente.
Que agora é fotografia inanimada.
Deu saudade!!!
Eu sabia que iria acabar assim, o conto do peixinho,
que foi estrategia falha para não dizer de ti.
Do seu sorriso, seu abraço, sua falta.
Desculpa para não saber de mim,
da minha dor, da minha lagrima,
do meu espaço que sobra.

"Papo de estrela"

Jhone chega desconsolado. Interrompe a paz da garota, que lia apaixonadamente "O dia do coringa".
_Nina, perdi uma grande oportunidade. Vi cair uma estrela e desperdicei meu pedido. Poderia pedir dinheiro, outras milhões de coisas. Adivinhe só Nina, oque eu pedi?
Ela sorri pacifica, como se já soubesse de todo segredo da vida. Sob efeito ainda de sua leitura. Mesmo sendo a resposta da pergunta do amigo tão obvia! Ela responde com autoridade.
_Amor, foi oque pediu.
Jhone, assustado, pergunta:
_Como sabe?
Nina, esquecendo o livro na mesa, se dirige para janela aberta e fitando o céu limpinho, diz como quem faz uma prece curta.
_É oque sempre peço.
O amigo interessado, repete seus passos. Dividem a janela. Ele indaga.
_Você já viu cair muitas?
Nina diz:
_Várias, é só olhar para o céu, sorrindo, que alguma já pisca e cai.
Jhone curioso sai amarrando os cabelos finos e loiros, em sinal de impaciência. 
Nina permanece a contemplar a paisagem, como se não importasse com o a questão do amigo. 
Ele volta e diz:
_Então você sempre desperdiça seus pedidos?
Ela sorri, e convincente responde:
_Oque haveria de pedir? Dinheiro? Eu trabalho. Saúde? É Deus quem da. Mas um amor sereno, desses de cinema, só recorrendo as estrelas.
Ele sorri.
Ela completa:
_Quando pedimos amor, ganhamos paz. Então nos amamos por dentro, primeiro. Você está em paz Jhone?
Ele sorri calmo, mas como quem grita que sim.
Ela finaliza:
_Então, pedido realizado!
Jhone se volta para a janela, semblante que multava do envergonhado para esperançoso e convencido. 
O silencio domina o espaço, ambos vigiam o céu. 
Ele com certeza mudara de ideia, e logo mais quando a oportunidade caísse, seu pedido seria o mesmo. Ou somente agradeceria.
Dessa vez sem arrependimento, e mais esperança na vida.





"Como aquelas canções que não precisam de refrões"

Nunca houve abraço,
com tão perfeito encaixe.
E nem voz que de tão melódica,
me calasse.
Tudo isso veio aos poucos,
depois que você chegou.
Percebi que noites com sol são mais belas.
E que o dia vira noite se fecharmos bem as janelas.
Por horas, somos só nós dois.
Mas só por horas, talvez dias.
Até que eu passo a vez,
ou seja passada...
As vezes é tão técnico,
outrora tão improvisado.
Cuidadoso me ensina tanto,
Pela dor, pelo amor, pela inspiração.
valeu o aprendizado.
Sei mais de mim,
sei bem de nós dois.
De você, eu só preciso saber,
da parte que me cabe, você se divide,
se reparte.
Mas quando estamos juntos
é completamente toque, som e imagem.


sexta-feira, 30 de agosto de 2013

"Bleckout no paraíso"

Fico só olhando a vida da janela,
Porque confundis?
Não sou mais uma namoradeira a sua espera.
Não me impressiono com seus galanteios repetidos.
O faz para todas...
Para mim não faz sentindo.
Se é á distancia então... Nem me belisco.
Você me vê de asas,
e insiste em preto o branco.
Eu dou de ombros,
sempre te opondo.
Mas confesso,
não chegue assim bem perto,
me chamando de querida,
próximo ao ouvido.
É provável que não resista,
e a primeira investida,
perca todo o meu juízo!

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Sal AGOSTO

Se tudo deu errado
e você se embananou.
Foram suas atitudes
não culpe o mês meu amor!
Desventuras em série...
eu também penei.
Passei bons bocados,
dias nublados,
mas confesso,
eu errei.
Mistificaram o pobre inocente,
e eu ouvi dizer:
_Mês maldito só causa dor.
Eu sofri mas não o culpo.
Também vi gente feliz e afirmo.
O decorrer dos dias depende do seu humor.
Setembro vem vindo com um buquê na mão.
Eu vou casa-lo com minha boa intenção.
Se algo der errado, foi culpa do mês anterior...
Noivado forçado, mal planejado acordado em Agosto.
O mês do terror!!!


segunda-feira, 26 de agosto de 2013

"Apetência de você"

No meio da tarde, no meio da vida,
meus pensamentos descontrolados te capturam,
em alguma foto inanimada do meu labirinto mental.
Te encontro perdido entre meus problemas cotidianos,
planos frustrados, desejos distantes.
Você, estatua, sorri, não importa oque te rodeia,
é sempre o seu melhor sorriso que eu vejo, quando fecho os meus olhos.
Me distraio...
Essas covinhas me derrubam, mesmo quando abstratas, investem em sedução.
Nesse momento largo os cálculos, tiro os óculos,
deixo que o vento fume meu cigarro longo.
A caibra me formiga o ego, a fincada aponta em meu peito.
Falta de ar.
Não é infarto,
é falta...
Falta você.
Falta coragem para te abordar desprevenido.
Falta nosso encontro de sentidos.
Na sombra, sobra.
Sobra desejo,
sobra juízo.

"Horizonte do seu olhar"

Que olhos lindos você tem,
imitando a linha do horizonte,
cor de sinceridade.
Uma imagem nítida,
minha lembrança reproduz.
Até o som que fora emitido.
gera uma saudade a beira da morte.
Você que me esperou errar para assim te enxergar.
Eu também te quero!
E oque desejo,
é seu sorriso tímido,
dizendo...
Não dizendo nada,
só chegando mais perto.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

"Próxima estação"

Desse inverno eu provei.
Esperei calor de onde não vem.
Melancólico, triste, mas eu fui feliz também.
Do seu restinho de vento frio,
eu aproveito o veiculo de carga.
Leve para longe daqui,
essas lagrimas tímidas,
é tudo oque sobrou de mim.
Do tempo que resta ate ela chegar,
eu me reinventarei,
em outro lugar,
nascerei de um novo solo.
Eu sei que esse choro insistente vai regar,
e todo esse jardim vai florescer
quando a primavera chegar.

Parte 4


"Outro lugar de baixo do mesmo céu"


Quanto tempo será que demora uma vida feita de instantes?
Nina questionava o tempo como quem nina um bebe, com tanto cuidado. Tanto respeito.
Ela sabia da autoridade do tempo imaterial, das horas intangíveis. Nem todos os relógios físicos a dariam a resposta. E diria o velho de cabelos cor de experiencia, nomeado Sr do Tempo... Espere!
É só o que ele diria.
Diego de férias da faculdade que cursava na cidade de Marina, havia viajado para sua terra natal. Marina que pensou ter saudades, fez uma descoberta surpreendente. Ela de fato conheceu oque é a "saudade".
Cada um em seu canto, percorreram lugares distintos debaixo do mesmo céu.
E ambos acompanhados pelas lembranças e pela espera de estarem juntos novamente.
Nina agradecia ao tempo que por mais abstrato que fosse, tornava cada vez mais tangível seu sentimento.
Dias que pareciam anos, longos a perder de vista, mas que chegaram ao fim.
O reencontro foi melhor do que imaginavam, mesma calma e os mesmos sorrisos.
Marina o fitava discreta e pelas duvidas e certezas, só sabia que estar ali na companhia de Diego a fazia se sentir bem melhor que em qualquer outra companhia.
Ela apenas almeja morar dentro da paz...
Estar com ele era tão bom quanto ouvir Los Hermanos do alto de uma montanha e sentir, só sentir o vento bater de leve.
Seu universo particular ficara cada vez mais colorido, ela ajeitava o local, empolgada desenhava um novo espaço. Lugar para dois. Costurava as extremidades do mundo de Diego com o seu.

Marina que se posicionava tão técnica em questões sentimentais, pessimista. Por que não?
Na prática, era boba, quase ridícula. Ria de si mesma.
Mas não se importava, cada um sabe o que te faz bem, mas nem todos sabem alimentar a calma por medo da intervenção alheia.
Por falta de coragem é que Marina não deixaria de ser feliz, nunca.

domingo, 18 de agosto de 2013

O que SOU, isso é TUDO oque eu tenho.

Eu posso perder,
posso reencontrar
e perder novamente.
Posso até me perder,
e achar melhor não desembarcar.
Eu posso não ter,
nada, nada que me salve me enganando.
Eu preciso ser.
O tempo todo,
com mil variáveis,
no fundo, ou bem na beira,
eu só preciso ser eu mesma.
Antes, para ser feliz depois.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

"Siga as placas"

Valorize as pessoas certas e não pise em ninguém.
Principalmente influenciado por opiniões alheias de pessoas rasas.
Esteja certo de que você é completamente dono de suas próprias decisões,
e não esta sendo manipulado pela levianidade dos outros.
Certifique-se, quem realmente te faz bem, quem verdadeiramente se importa,
quem sinceramente esta contigo além das risadas e dos bons momentos.
E tenha personalidade o suficiente para sustentar suas vontades.
O arrependimento bate quando não temos mais condições de recuperar oque foi perdido.


domingo, 11 de agosto de 2013

Luto

A manha me acordou calma, porem vazia.
De repente a pessoa é abduzida. 
Desapareci da realidade tão bem desaparecido, que pior que morte...
Pareci que ela nunca existiu.
Morava só em meus sonhos...
Nos falamos, nos vimos e nem sinal do que ele foi pra mim.
Talvez o encontre, lá na frente, em outro livro da mesma série. 
Mesmo personagem, outra ilusão.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

É o des(AMOR)

Moço!
Não tem absolutamente nenhuma culpa nessa tragédia.
Para de fugir do "flagrante".
Pra ser sincera, nem tragedia existe, mas continuo a dramatizar, assim o texto fica sentido, bonito.
O teu crime é outro, esse não me cabe julgar e nem compensa.
Do meu eu digo objetiva, meu crime foi gostar, e pela primeira vez, demonstrar em tempo real.
Paguei fiança, amanhã cedo já estarei livre.
Não me arrependo, disse e fiz tudo sem ao menos pensar.
Decidir deixar o sentimento falar.
Sentimento falante feito papagaio, confesso, sem papas na linguá.
Todo esse tumultuado de sensações,
no mínimo me rendeu inspiração...
Agora sou poeta de calos nas mãos.
É por pura estética que mantenho o drama.
Não passaria de uma frase sabiamente infantil, se eu dissesse na real, tudo oque aconteceu, sem rodeios.

Avistei um balão colorido, sorri... Corri, apanhei.
Ele estourou... Cai, chorei. Mas levantei.
Não gosto mais de balões e de sertanejo eu nunca gostei!

FIM

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

EN(FIM)

Você esta ai?
Parado todo esse tempo?
Não, não, eu me confundi...
Você já está a perder de vista.
Resta aqui sua carcaça.
Pois bem, no seu retorno meu bem,
minha cabeça balança calmamente,
direita, esquerda... Em sinal de desaprovação.
Te indico a porta de saída.
Tapinhas nas costas.
E um "até mais" educado.
Não renuncie,
não se abdique de nada  por mim.
Nem coisa "grande", diamante (falso),
nem mesmo futilidades ou coisas assim
Eu fiz isso por você e te afirmo,
não sei se o voo vale a queda.
Me pergunto, foi por você ou por mim?


quarta-feira, 7 de agosto de 2013

"Bem mais que os meus vinte e poucos"

Nem todo dia de sol, esquenta.
Nem todo luar ilumina.
Nem toda carne, alimenta.
Nem todo liquido mata a sede.
Nem tudo, o dinheiro compra.
Nem todo feixe de luz é insight .
Nem todo romance é romântico.
Nem todo parque, tem bate-bate
Nem tudo que eu falo é com ironia.
Nem todo livro é bom.
Nem todo mundo já inspirou minha poesia.
Nem toda tpm se cura com bombom.
Nem quando eu não falo a verdade é mentira.
Nem todo sorriso é de alegria.
Nem toda exceção é anomalia.
Nem por VOCÊ nem por ninguém, eu diria...
Nunca!

As vezes tudo oque você tem, não é o bastante.
Projeta, alcança, escapa!
Não importa se é sua música preferida,
sem par, quem se arrisca?



domingo, 28 de julho de 2013

"Em um outro espaço do mesmo céu"

Pela fresta da porta,
pela rachadura no asfalto,
por de trás das arvores, montanhas e nuvens.
Por entre os carros, barraquinhas e casas.
Por de trás do palco, postes e pontes.
Por entre a multidão...
Pela frequência da música, movimento das ondas do som.
Pelo ritmo que me lembra que nem toda distancia é física.
E nem toda presença é sentida.
Te sinto chegar por entre os sorrisos e os avisos de SIGA.
Me sinto seguir, mesmo avistando todas as placas de PARE.
Te vejo chegar por todos os cantos que olho,
sempre que você não esta.

sábado, 27 de julho de 2013

"O vento x O mar"

Veio, agitou minha superfície.
Forte e descontrolado, fez subir a maré.
Fitou minha paisagem e pensou ser perigosa uma reta que não se vê o fim.
Esparrodou a areia, molhou os pés na beira, de longe desafiou tudo em mim.
Os traços, o som, a fala.
Ensaiou, esquematizou...
Foi embora, depois voltou.
Cheio de tralhas, equipamentos, latas d'água...
Com a dona chuva me estudou.
Desistiu quase de cara.
Arrogante me comparou com outras praias,
ainda me chamou de rasa.
Em algum instante, pensou em entrar em minha alma e se aprofundar?
Então me responda:
Sou eu a rasa ou você que não sabe nadar?

terça-feira, 23 de julho de 2013

Na calada da noite.

Bilhete comprado,
pego o trem das onze.
Quero ver se sou capaz...
A muito não me desafio.
Fugirei para as colinas, construirei minha morada.
Caverna escura, rustica, não quero ver o sol, as vegetações...
Não quero ver você!
Não antes de me visitar.
Eu não sei de mim... Você sabe?
Como poderia saber...
Nem quando olho no espelho consigo me ver.
Me limitei a um objeto.
Um livro, é claro. 
Será minha companhia nesses próximos vinte e quatro anos.
Necessidade de me esvaziar, depois penso em me encher.

Talvez eu passe um tempo longe da cidade, quem sabe eu volte cedo, ou não volte mais...(8)


"Caixa preta"

A perspicácia é mesmo mágica.
Trabalhada em dupla então...
Rasgando o escrito no meio,
o susto foi a salvação da obra que ainda está por vir.
O fragmento gerado por esta ação,
é a abertura estreita para um mundo que já ouvi,
mas não pensava existir.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

"Foi então que a perdi"



Verde como a grama,
Leve como a mais leve pluma,
louca como o grilo,
Que pula
               pula
                       pula de galho em galho.

Ela é mesmo uma travessa.

Cuidado menina, você pode cair e (me) machucar.
Desce daí de cima, me olha no olhar.
Já faz tempo que estou pra te contar dá vida.
Teimosa, parece Peter Pan.
Cresça e apareça.
De repente os ventos mudam.
Chacoalha a arvore.
Estalos gritados, barulho de queda
Eu disse pra segurar...
Nossa!!!
A coisa é séria,
esmeralda que agora é rubi rachado,
pareci não respirar!
Não morra agora menina,
se a vida não lhe serve,
pense na minha.
Me ouça enquanto decide se vai ou se fica.
Mesmo distraída, eu preciso de você ESPERANÇA!

domingo, 21 de julho de 2013

Parte 3

Antecedência

"Sem medir os passos, agora que saiu da inercia".

Os dias se passaram e durante a noite, Diego visitava Marina na escola. A menina que se encontrava com ele no intervalo, para a sala de aula não voltava. Sentados na esquina debaixo do poste, conversavam incansáveis. Se era a  lâmpada que iluminavam suas mentes proporcionando diversos assuntos, eles nem percebiam. Pensavam ser sobre suas cabeças somente a lua soberana. Nina aprendia mais com as conexões dialéticas com o garoto, do que dentro de sua sala de pré-vestibular. Ansiedade inofensiva, atacava Marina sempre, minutos antes dele chegar. Sem atrasos ele logo apontava sereno. Sorrindo um riso singular.
Diego se formava a cada dia uma incógnita tão bem elaborada, que Nina distraída desfocava da meta de o desvendar. Se rendia a presença agradável e ao perfume enleável. Sem contar no encontro de braços que Marina nunca sentirá igual. Na busca por liberdade e adrenalina, sua alma desejava estacionar bem naquele espaço.

Quer aventura maior do que simplesmente se apaixonar?

Apaixonar! Essa palavra que a arrepiava por inteiro. Ela não era de se iludir tão fácil, não se não compensasse o risco.Tão racional sempre, deu uma trégua a auto critica, e também espaço ao acaso. Sem pretensões maiores que não fosse sorrir sincera ao motivo que a fazia sorrir.

Como explicar essa sensação agradável que Diego a proporcionava desde o momento que entrou em sua vida? Como explicar a ocupação imediata de seus pensamentos, sonhos e lembranças?

Cada dia que se viam, conversavam uma vida...
Se encontraram três vidas antes do primeiro celo!

Sondaram o porque de se curtirem tanto e buscaram juntos respostas exatas para uma matéria que não era a matemática. (Inutilmente).
Nina pensou, se fosse criança seria fácil concluir, o porque gostava tanto de Diego.
Fosse pelo seu sorriso grande, por sua cor de chocolate e pelas brincadeiras que a deixavam a vontade.
Mas estranhamente, sendo adultos, ela diria o mesmo.
Ele também pensou, pensou e não encontrou respostas.
Se olharam, se aproximaram, se abraçaram e BEIJO!















quarta-feira, 17 de julho de 2013

"ESSE é para você"

Te quero bem, mas não te quero.
Meu bem querer é coisa fácil.
O querer "para mim' que é raro
Meu amigo, não sou mais tão inconstante.
Mais vale a beleza desse meu exato instante,
do que mil promessas de dias vagando sem fim.
Não é disso que estou afim.
Preciso de um espaço que o próprio não cabe dentro de mim.
Você ficaria tão perdido que seria covardia te sujeitar até mesmo a uma simples tentativa.
Lhe sugiro outros caminhos, mas que não te trarão até aqui.

sábado, 13 de julho de 2013

"Limite de velocidade"

Vou desacelerando,
segurando,
me contendo.
Me limitando a...
um degrau de cada vez.
re
    du
         zin
               do.
Você sinaliza quando corro em sua direção.
Me adverte com o olhar,
você esfria e assim me gela.
Eu preciso respeitar, se pretendo mesmo te alcançar.
E assim estacionar na sombra.
Vou manobrar minha ansiedade e aprender a te conduzir.


quarta-feira, 10 de julho de 2013

"Enquanto te espero"

Eu queria estar bem alto agora...
Onde meus medos não pudessem me alcançar.
Eu queria estar dormindo agora,
Pra que a realidade desse espaço para os meus sonhos.
Eu podia estar com febre nesse momento,
para que esse frio perdesse a propriedade sobre meu corpo.
Eu desejava estar presa de verdade,
para que essa minha liberdade me deixasse aqui sozinha.
Eu queria estar na chuva, descalça e vazia,
para que ausência nenhuma competisse minha agonia.
Eu podia estar voando agora,
para que o chão me poupasse a sua sanidade mesquinha.
Eu queria estar revoltada com o mundo,
para que meu lar virasse um universo paralelo.
Eu queria ser negativa ao extremo,
Para acreditar que não mereci nem instantes dos nossos momentos.
Eu poderia tentar enganar o espelho.
Mas meu reflexo revela,
só queria ter você agora, a um milimetro negativo do meu riso.








Me toque superficialmente...
Sentirei na alma!

segunda-feira, 8 de julho de 2013

"Sobre o tempo"



Difícil criar uma história, onde a personagem principal sou eu.
Onde a trama vem acontecendo em tempo real.
Mas sendo assim, não estou criando, apenas descrevo... Que seja!
Quando penso em incrementar com algo mais emocionante, sinto que estou traindo a originalidade dos fatos.
Mas confesso que é grande a vontade de pular alguns capítulos.
Se quem lê já se sente ansioso por novas páginas, imagine pra quem esta vivendo?
Vou dar uma trégua a minha imaginação desorganizada e lereis sobre o "tempo".

"Inverno em mim".

Meu sentimento oscila.
Muito ou pouco,
tudo ou nada.
Desculpe a sinceridade...
É que enquanto você não liga,
eu me distraio com a vida.
E quando você apareci, não te percebo chegar.
Daí já estou completamente interagida com outro olhar.
Eu preciso de lenha pra queimar.
E você quer tudo pronto,
espera chegar de surpresa e se aquecer?
Não será assim...
A previsão é de noites frias sem fim.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Parte 2


(Com) sequencia

Movimento retilíneo uniforme, do inicio da sala até a varandinha após a porta da cozinha. Marina percorria repetidamente esse trajeto besta. Passos medidos, velocidade ponderada porem constante. Em uma mão levava a xícara  de café quente e na outra o cigarro. Nina pensou sobre as flechas que desviara na noite passada. Cravou inconscientemente uma batalha abstrata com o pequeno ser de asas que travesso a amedrontava apontando sua arma em direção a sua maior relutância. Paralelos irônicos entre a guerra e o romance.

Foi assim durante toda a semana, mais pensativa que nunca. Diego e toda sua presença marcante, alojou em sua mente e lá se desvendava mais a cada instante. Nina procurava absorver oque conseguisse. A calma aparente contrastando nitidamente com a sua inquietude mental, a agitação desajeitada que o garoto se mostrara ser. Levemente cômico e doce.
Ela tentou desenhar oque concluiu, e a folha em branco se tornou palco que comportava sorrisos.
Seus sorrisos.
Contudo dentre oque Nina questionou a si durante os últimos dias, se destacava a oportunidade de mudança que ela viu nas indagações de Diego. Não digo mudança radical, para um novo desconhecido, digo resgate talvez, daquilo que se foi e ficou perdido.

"Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

E ao conversar com Diego, Nina percebeu que sua essência mesmo tímida, depois de anos desaparecida, veio a fora saldar um velho conhecido de personalidades. Ela concluiu que precisava dele para mostra-la o caminho que inspirava essa tal liberdade.

  




quinta-feira, 4 de julho de 2013

Parte 1

(Intro) Dedução

"Encontro de águas vindas de outros oceanos".

Um frio de arrepiar a saudade e confundir a identidade. Noite largada a esmo, que prometia deixar os "Cinco minutos" destorcer ou  auxiliar o destino.
Marina já nem fazia parte do contexto e usava o pretexto de não se proteger da solidão, por pura preguiça, desinteresse.
Noite clara, som manual, ambiente agradável, amigos cantando. Um céu que me falta palavras para explicar. Beleza infinda que só caberia na amplitude de um olhar livre. E ela o via sem fim.
Em um canto, ora noutro, Marina não participava do jovem grupo, pois se ocupava em esvaziar e encher de si.
Menina perspicaz sempre envolvida em suas dúvidas intermináveis, mal sabia que aquela noite a resguardava uma companhia para questionar até a sombra das arvores. E duvidar da realidade de sua própria existência.
Ela parecia distraída, mas seu olhar era fixo em um ponto. A aura clara de Diego.
Esse que incomodado com a aparente solidão de Marina, a chamou para socializar. Mas oque ele não sabia, era que ela já se encontrava interagida com seu olhar.
Então Diego, por algum motivo, achou propicio se inserir ao mundo de Nina. E lá, presentes portas e janelas, vista para a vida de um outro angulo. O intercambio de filosofias estava prestes a acontecer.
Falaram de politica a viagem astral. E todo o resto eram estrelas prestes a caírem sobre suas cabeças sonhadoras, realizando seus desejos mais bobos.
A certos encontros que fogem a simples explicação de casualidade cotidiana. Moléculas se agitam e energias que conspiram em prol de viabilizar a mistura.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

"Prova de fogo"

Se a pergunta for você... Vou ficar muda.
Se o som for na sua frequência... Dispensarei a onda.
Vou deixar preso por um tempo, quero a prova de que eu não controlo essa chama.
Se assim for constatado, deixarei arder.
Se por distração o fogo for apagado. Irei te esquecer.
Valendo!!!

terça-feira, 2 de julho de 2013

"Vou te contar..."



Depois do trabalho eu sempre ia ao mesmo lugar, pensar na vida, sentir a natureza, te ver passar.
Acostumada a te ver de longe "...como quem se esconde de viver um perigo..."
Observava seu jeito, seus gestos, seus anseios. Sempre de costas para não te encarar.
Seu fenótipo, seus trejeitos, descrevi seu olhar, só de imaginar. Desenhei sua anatomia, sua boca macia, confortável de beijar. Ensaiei matemática, cálculos, probabilidades, esquematizei o problema.
Pedro, João ou lucas... Qual seria seu nome? Qual combinaria tanto com seus óculos, seus cachos pretos caídos na testa, sua beleza discreta, seu ar singular?
Talvez fosse Gustavo, Otávio, "sei lá". De costas parecia mesmo o primeiro.
Todos os dias Pedro escolhia o mesmo lugar, se sentava na grama, encostava na arvore, cruzava as pernas cumpridas. De lado a mochila descombinava tão perfeitamente com seus tênis já no formato desajeitado de seus pés. Eu queria mesmo descobrir tudo, oque o levava ali, oque o mantinha ali e principalmente, por que eu o queria tanto aqui.
Na sua leitura, tão fixado, ele nem sentia o vento soprar. Enquanto isso eu lia a sinopsia da sua vida, eu precisava o desvendar.
Tenho sua fotografia e te escrevi músicas em pensamentos, cantarolei no chuveiro, fiz poemas inteiros. Mas após alguns dias te perdi de vista, te deixei escapar.
Pedro, se foi por games, quadrinhos ou pelo " mundo de Sofia" que você deixou de me deixar te pesquisar... Te digo que gosto de tudo que você resolver gostar. Se é por uma moça que você não vai mais ao mesmo lugar... Ela não te conheci, não te mereci e vai te machucar.
Ele não me escuta!!!
Acho que não comentei sobre o dia que Pedro apanhou os livros de magia que a garota atirou aos seus pés. É, eu não estava lá. Mas já posso imaginar... Outra história a partir da historia, mas essa não me interessa contar!
Mas Pedro, eu não vou te apagar.
Percebi que o personagem não pertenci ao autor.
Talvez sem querer eu mesma criei uma Helena perfeita para merecer seu amor.





segunda-feira, 1 de julho de 2013

"A francesa"

Abandona dona...
Abandona o drama...
Abandona a trama,
retire a lama, dos sapatos e das vistas.
Não invista, e se vista.
Vá, o dia te acordou com gosto de ressaca.
A realidade, essa vizinha mesquinha e invejosa,
te roubou os sonhos do quintal.
"Peque o vestido estampado, guarde pro carnaval,
guarde que eu nunca te quis mal,
até o feriado quarta feira de cinzas e tá tudo acabado..."



quarta-feira, 26 de junho de 2013

"Sem querer QUERENDO"

Alta madrugada e eu procurando alternativas para conseguir dormir sem te ligar, ou te deixar mensagens fantasmas, que amanhã bem cedinho irão me despertar com um som polifônico mortal. Me maltratando o juízo e me saldando o dia com o gosto do arrependimento.
Já escutei todas as músicas que me lembram você, e até as que não lembravam agora fazem parte da play list infinda que trilha essa trama.
Hoje falei de você de forma subjetiva, escrevi sobre você de forma subentendida e falei com você de maneira fria.
Ainda não sei bem, do que venho fugindo.
Porque estou me retraindo, me punindo.
Por horas te fito muda, como quem é indiferente com a situação, mas por dentro arquiteto planos para te dizer de forma sutil oque realmente sinto.
Sinto calafrios ao te ver, e sua presença me conforta na mesma proporção que me agita.
Você me trás paz da mesma forma que me tira completamente o juízo.
Me surpreende mas também me gratifica com a previsão.
Me sinto viva e logo mortal.
Meus gestos de carinho te destino desajeitados, perdoe minha inexperiência em demonstra-los.
São poucos, eu sei. Mas são sinceros e são seus.
O que sinto não tem nome, nem preciso defini-lo agora, talvez nunca.
Como quem escolhe o nome mais bonito para o filho que vem vindo...
Amor? Muito forte. Paixão? Só com um composto. Amizade? Indefinido demais...
Enfim, nada disso é necessário, pois pra que nomear o abstrato?
Se sempre que te chamo com um sorriso, você vem?
E é isso, por ora, o mais direta que posso ser.
Honestamente eu só estou curtindo você!



domingo, 23 de junho de 2013

"Não viro o disco"

O disco já se arranhou...
Do lado B da nossa história eu coloco sempre a mesma faixa.
Encaixe perfeito, conexão direta e reta.
Se ela nos define e te faz pensar em mim, 
é com essa frequência que me sintonizo em você.




sexta-feira, 14 de junho de 2013

"Mãos sobre o play"



Como outrem não sinto a necessidade de descrever para me certificar.
Só preciso deixar aflorar pois a chuva já caiu em mim e não quero me secar agora.
Nunca havia ensaiado um só passo, mas nossa dança improvisada é tão perfeita.
Mãos que se encontram, entrelaçam, ensaiam e se apresentam.
Firmes mesmo que suaves e desenham as formas em cores de aquarela.
Intenso e tão calmo, natural como água de nascente.
Sem pretensões além de matar a sede.
Se eu te desejo, eu te bebo calmamente, gole por gole.
E me deixo ser tomada, percorrida, atingida.
Te deixo navegar, me descobrir...
Não vou parar e nem te impedir.
Enquanto houver trilha sigamos...
Dançamos conforme a música,
e como é longa nossa sinfonia.



domingo, 9 de junho de 2013

(In) Completo


De tão forte, ficou fraco e se rompeu.
Era raso que na superfície se perdeu.
Tão alto que se igualou a rodapés.
Forte, solido, quebrou.
Saudável, viril, morreu.
Meu, seu, tão sem dono.
tão cheio de vazio...
E de tempo fez parada,
longa pausa,
mudança no curso da caminhada.
profundo...
insuma sua chegada.
noturna,
inunda toda a minha sala.
Ao te dizer de mim, afim, a centro.
Coloquei a mão no peito, em pensamente.
Como quem acalenta, abraça e depois bati.
Depois assopra, aprova, beija e lua... Viajem.
Liberto meus pássaros e viajo leve, como pluma branca ao vento, soprada por boca suja de criança á margem.





terça-feira, 4 de junho de 2013

"Retalhos"


Eu quis tantas coisas,
e quis tudo de uma só vez.
Eu tive todas tão juntas,
que não soube fazer parte de cada uma.
Fui um pouco de tudo,
contudo, não fui eu.
Fui você, fui sua rotina, fui parte da sua mentira.
Fui pequena, e grande.
E joguei com a sorte.
Tantas vezes fraquejei, mas no fim fui forte.
Quisera eu, ser como você
Quisera eu, não me entristecer por perder alguém.
Quisera eu, boneco de pano,
poder curar ao costurar meu "eu".


domingo, 2 de junho de 2013

"Estrela cadente"


Com a cabeça bem erguida, avistei o céu.
Ora azul, ora nuvem, fui costurando a vista
Te elogiei baixinho, quase mentalmente, elogiei seu sorriso brilhante e suas covinhas.
Você piscou pra mim, logo fiz um pedido,
Pedi um amor tão lindo quanto a beleza do céu.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

"Duelo"

É cena de novela,
vem vindo em passos firmes, olhos fixos, me flechando insistentes...
Chega, me atropela.
Me empurra, tira sarro, sorri sínico, sorrio fácil.
Me desafia, eu topo, e dobro.
Não corre, se insinua determinado. Eu deixo.
Vem o beijo na porta, impedindo a passagem, não ligo, correspondo.
A fila se exalta.
Eu mando, te solto e saiu.
no corredor de luzes baixas e som alto.
A multidão já não existe, só te olho.
Não sei se é seu jeito esnobe escondendo seu coração frágil, que me deixa a deriva.
A mercê, a depender de uma próxima oportunidade.
Jogo divertido e perigoso esse que começa por pura vaidade.


Tiro ao Alvaro. "Elis Regina e Adoniran Barbosa"








terça-feira, 28 de maio de 2013

"Sem efeito colateral"

Fico buscando feridos...
Nenhum.
Procuro em mim, marcas, arranhões, hematomas...
Nada.
Sem lesões.
Acidente sem tragedia.
"Eita" paixãozinha besta, nem serviu para me calejar as pernas.
Suspiro... Fundo.. Penso... Sinto o coração...
Não, não, nem sinal da dor.
Ouço uma música triste, sugestiva, vou chamando as lembranças...
Sem exito.
Sem inspiração.
Assim não tem como ser poeta.
Sem chorar a vida minha poesia não presta.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

"Da janela lateral do quarto de dormir"

Como um sopro nos ouvidos me veio o frio que hoje não foi enviado apenas pelo clima.
Eu já antecipo a nostalgia ouvindo músicas que me lembram tudo aqui, em cada canto tem minhas risadas, compartilhadas ou solitárias. Em outros mais, minhas lágrimas que ninguém viu.
Na janela de frente pra rua eu brigo com as grades que me fazem olhar de quina para a mais famosa esquina. Irônico abandonar tudo agora, toda essa vizinhança cultural que sempre prestigiei de longe.
Os barzinhos e suas doses de amigos e gargalhadas. O intercambio de experiencias...
Tudo por pura opção, por reformulação de prioridades, eu tenho muita coragem.
Mas são coisas minhas, não dá para adiar.
Aos poucos bons não se aflijam, eu vou mas volto já.






quinta-feira, 23 de maio de 2013

"Paixão artificial"


Você passa, me olha e ignora...
Queria só te falar para guardar consigo este olhar, pois você não o verá mais com frequência.
Mas não digo. Afinal tudo continuará igual, as arvores, os carros, o vento e as mentiras.
Eu? Eu dou de ombros, e sorrio mais uma vez para o descaso.
É que já me cansei do seu jogo, das suas frases prontas...
Suas belas palavras quase me comovem, quando outrora ríspidas, me beliscam o orgulho e me maltratam o ego, pouco, mas me afetam.
Tudo se tornou tão superficial que salta a margem...
Mas agora estou tão distante, a perder de vista, a perder do alcance.
Sei da sua coleção exorbitante, eu conheço seu hobby.
Mas em algum momento você vai olhar para suas mãos, elas te lembraram as minhas.
Você irá fecha-las, vazias, frias...
Talvez em algum momento você sinta minha ausência, mas nada comparado com a falta que você fez mesmo estando a um milimetro de distancia do meu corpo.

One the only, "Adele"





"Pé na estrada"



Se eu te contar "tim tim por tim tim", você não vai entender.
Vai me olhar estranho e me julgar,
eu não vou pagar pra ver.
Certas coisas não necessitam se consolidarem pra que a gente possa absorver.
Eu sei os que são falsos comigo, pelas atitudes com outrem já dá pra perceber.
Mas isso é tão insignificante diante do motivo maior, esse que move minhas pernas...
Não é fuga. É busca!!!
Não é recuar, é replanejar.
Não é fraqueza, é coragem... PURA CORAGEM!
Se acho certo, eu faço,
se não gosto, eu corto.
se estuo com raiva, canto...
Mas se encheu o saco... Ai eu saio!

quarta-feira, 15 de maio de 2013

"Conversando com as paredes"


Minha boca dinâmica, sempre reproduzindo meus pensamentos...
Falante, insistente, vezes quase irritante.
Em dado momento da trama ficou muda.
Boca não saia palavra, e os meus sussurros e múrmuros você nunca entendeu.
Chame logo os comerciais!!!
As vezes o roteiro da novela dizia mais que eu...
Mais, bem mais do que o conjunto de olhos, cabelos, mãos e meus gestos, meu cheiro que era só seu.
Aquelas cenas cortadas ou ignoradas pelos telespectadores.
Pronto, retirada do ar por falta de ibope.
As paredes assistiram e apreensivas esperam novos capítulos.
Trocam opiniões mesquinhas como "tiazinhas" reunidas para tarde do chá com torradas.
Não perca o seu tempo ó grupo de paredes antigas, não lhe sirvo com a melhor história.
Essa trama não ganhou nenhum prêmio.
"E cá pra nós"...
Há coisas que não revelo nem diante do espelho.
Mas se te contenta meia confissão, parei sim a história no meio.
Pois pra quem "manja" de dramaturgia.
Sabe que pra acabar com aplausos, mesmo em comédias românticas.
Alguém morri no final.

"Ponto de Equilíbrio"

O ponto de partida,
no ponto de ônibus,
até o ponto de chegada,
desde o ponto de largada,
o ponto cruz,
é o ponto de referencia
desse ponto final.


terça-feira, 14 de maio de 2013

"Chuva interna".

Martim entrou e a casa estava vazia, Alana havia levado tudo, as roupas os enfeites, a mobilha, o cachorro e uma promessa de vida. Mas deixou os porta-retratos, todos, espalhados pela casa... Por que?
Percorreu todos os cômodos e de fato o apartamento estava limpo. Com as janelas escancaradas, o vento circulava desimpedido por todo o espaço. Sentado no chão, no centro da copa, Martim visualiza as paredes pintadas por Lana, corações tortos e espinhas de peixe desordenadas. Ele achava simplesmente lindo a maneira desajeitada que a garota tinha para a decoração. No celular ele quis materializar alguma lembrança sintonizando a música que ouviam quando se amavam, The Bangles "Eternal Flame". Com as mãos no rosto ele tentava fazer como o clima lá fora, ele queria chover forte, para que assim o dia amanhecesse ensolarado e limpo. Mas seu corpo quente e seco não apontava sinal de umidade.
Os flashes passavam velozes pela sua cabeça, o primeiro encontro, o beijo... Outros dolorosamente devagar como, o casamento, a gravidez. Nessa hora Martim grita e sua voz não sai, levantou se e no intuito de achar vestígios, respostas ou apenas consolo. Corre pelos cômodos tropeça nos moveis, avista o cachorro, toca nas roupas... Estava tudo ali, a matéria, as digitais, o calor na cama evaporando calmamente.
Ela havia levado apenas tudo o que ele necessitava, seu coração e seu sopro de vida.
Ao lembrar do acidente, a chuva caiu forte pelo seu rosto e ele pôde sentir, bem lá no fundo...
De dentro do seu peito, elas não conseguiram partir jamais.


Confesso que valeu!


segunda-feira, 13 de maio de 2013

Loja de conveniências anuncia: "Oferta- Amor em sachês, 10 por R$1,00!


O Amor se perde no tempo,
de as vezes "sempre", promessas inconcebíveis.
Prometidas por levianos,
idealizada por sonhadores...
Situação aceita a mando do comodismo, esse senhor ranzinza e sedentário, tossindo mas fumando. E que dorme com a tv ligada e o controle remoto na mão.
E o tempo vai passando impiedoso, insistente.
Por hora você nem senti. Espera, calma.
Lá vem a bomba...
Mas não se assuste com o vazio que te espera na porta da casa da ficha caída.
Lá longe avisto o Amor, cansado, triste, acabado.
Ainda assim nas costas trazendo, promessas descumpridas.
Sem culpados, todos vitimas tímidas de um falso pierrô apaixonado.


Vida breve, louco momento.

Hoje estou mexendo em tudo...
Arredando os moveis encontrei cartas antigas, antigos amigos, amores passados, fotos mortalizadas pelo tempo. Algumas coisas joguei fora, como quem mata um passado. Como quem diz "CHEGA".
Troquei a essência do incenso, chega de lavanda, sândalo com seu tom amadeirado combina mais com o outono. Combina mais com a rigidez do meu ego.
Encontrei livros nunca lidos, peguei qualquer um e abri como quem sorteia a própria sorte. Vou citar o trecho lido e te digo, trazendo para o contexto, nada nunca havia feito tanto sentido...

Bem vindo meu senhor. Não posso compreender como nosso manso marido não foi a nosso encontro no caminho. Onde esta teu senhor?
Está lá dentro minha senhora. Mas nunca homem algum sofreu mudança semelhante. Falei lhe das tropas desembarcadas;  sorriu. Comuniquei lhe vossa chegada; a resposta dele foi: "tanto pior". Ao informa-lo da traição de Glócester e do leal serviço do filho dele, chamou me então de imbecil e disse que eu virava sempre as coisas pelo avesso. O que mais deveria desagradar-lhe parece agrada-lhe; O que deveria agradar-lhe, ofende-o.
Então, não é preciso ides mais adiante. É o terror pusilâmine de seu próprio espirito que nada se atreve a empreender. Não quer sentir os ultrajes que o obriguem a reagir. Nossos projetos, formados durante o caminho, podem ser levados a efeito.

REI LEAR- William shakespeare.

Emfim, agora interrompo a faxina para continuar a leitura tão espontânea, mas vou pegar do inicio e ao chegar na pagina noventa e seis lembrarei de continuar a especular meu quarto, minha vida, meu interior.

domingo, 12 de maio de 2013

"Seja vagalume"

E quem pra mim, perdi seu brilho do dia pra noite, na verdade esteve o tempo todo segurando uma lanterna!

sábado, 11 de maio de 2013

"Descalça"

Sabe quando você acorda e tá tudo diferente?
A casa, o clima, as pessoas, os sentimentos, o espelho... Principalmente o espelho.
Hoje esta tudo assim, tão diferente pra mim...
Me sinto retornando a minha antiga moradia...
Ansiedade boa, nostalgia.
E por aqui tudo em perfeita harmonia, que delicia de energia.
Tá linda, mobilha nova, paredes pintadas de cor de aura,  mas o cheiro... Esse eu conheço, é o mesmo.
Abro as janelas, espano o pó, trouxe flores pra enfeitar minha vida, minha essência esquecida!

Se perder faz parte, encontrar um novo mundo, conviver com pessoas e coisas totalmente distintas de você!
Se submeter a situações que te exijam maturidade, isso te faz crescer. Sofri, Chorei, mas chorar é regar a alma pra florescer.
E a vantagem de tudo isso é pegar oque ficou de bom dessa experiencia, voltar a ser você e dar muito valor a sua existência!
Eu voltei!!!

quinta-feira, 9 de maio de 2013

"Sem mais"

De hoje em diante,
Acabou-se a brincadeira,
Parei, 2 x,
fim da rota,
Game over,
stop,
último gole,
amargo,
então, cuspir,
última gota,
quebro o copo,
nem cato os cacos,
corto o pé,
nem sangrou,
não compensou,
nem choro, nem dor,
leve ardor que o vento soprou,
Ponto final,
Encheu até a tampa,
Transbordou,
inundou, molhou -me os sapatos,
daí encheu o saco,
perdeu a graça,
injou,
me irritou,
compreendi,
decidi,
tá decido,
me obrigue a ficar,
vou te contrariar,
antes tarde do que nunca.
me afunda,
me afoga,
me esnoba,
depois, me sugere,
interfere,
impossibilita,
me limita,
me atrapalha,
me atrasa,
então, por resto,
vê se me deleta,
afinal,
me incompleta,
se for pra ser metade...
que eu seja,
uma parte de mentira e outra de verdade,
mas que compense.
E já deu pra perceber que não vale tanto a pena.
encena e ainda queixa,
se aproveita,
se situe,
se fudeu,
perdeu,
morreu,
azar o seu.
não meu.
Até mais na época,
foi estalo, insight,
eureca!




terça-feira, 7 de maio de 2013

"Confissão as paredes"

Tá ouvindo, esse silêncio cada vez mais alto no pé do seu ouvido?
Tô te chamando todos os dias sem abrir a boca, 
Eu tô gritando, berrando...
Não ouvi?
Há muito você calou minha voz...
Mas o meu coração, esse não se cala tão fácil...
Pergunte as paredes, essas sabem mais de ti do seus últimos analistas.
Elas me ouvem caladas, sérias e tão mudas... 
Assim bem frias e mortas como te falo todas as noites.

domingo, 28 de abril de 2013

"Esse papo de vida"


É gostoso viver né?!!!
e descobrir que "ser humano" louco somos...
Mais loucos, que humanos.
Descobertas são fascinantes,
por isso gosto tanto de música...
Ela é atrevida,
entra em você sem pedir licença
e mexe em tudo.
Mil sensações, várias descobertas,
é até engraçado...
Fico rindo dessa vida boba e linda...
Mais linda que boba.