domingo, 28 de julho de 2013

"Em um outro espaço do mesmo céu"

Pela fresta da porta,
pela rachadura no asfalto,
por de trás das arvores, montanhas e nuvens.
Por entre os carros, barraquinhas e casas.
Por de trás do palco, postes e pontes.
Por entre a multidão...
Pela frequência da música, movimento das ondas do som.
Pelo ritmo que me lembra que nem toda distancia é física.
E nem toda presença é sentida.
Te sinto chegar por entre os sorrisos e os avisos de SIGA.
Me sinto seguir, mesmo avistando todas as placas de PARE.
Te vejo chegar por todos os cantos que olho,
sempre que você não esta.

sábado, 27 de julho de 2013

"O vento x O mar"

Veio, agitou minha superfície.
Forte e descontrolado, fez subir a maré.
Fitou minha paisagem e pensou ser perigosa uma reta que não se vê o fim.
Esparrodou a areia, molhou os pés na beira, de longe desafiou tudo em mim.
Os traços, o som, a fala.
Ensaiou, esquematizou...
Foi embora, depois voltou.
Cheio de tralhas, equipamentos, latas d'água...
Com a dona chuva me estudou.
Desistiu quase de cara.
Arrogante me comparou com outras praias,
ainda me chamou de rasa.
Em algum instante, pensou em entrar em minha alma e se aprofundar?
Então me responda:
Sou eu a rasa ou você que não sabe nadar?

terça-feira, 23 de julho de 2013

Na calada da noite.

Bilhete comprado,
pego o trem das onze.
Quero ver se sou capaz...
A muito não me desafio.
Fugirei para as colinas, construirei minha morada.
Caverna escura, rustica, não quero ver o sol, as vegetações...
Não quero ver você!
Não antes de me visitar.
Eu não sei de mim... Você sabe?
Como poderia saber...
Nem quando olho no espelho consigo me ver.
Me limitei a um objeto.
Um livro, é claro. 
Será minha companhia nesses próximos vinte e quatro anos.
Necessidade de me esvaziar, depois penso em me encher.

Talvez eu passe um tempo longe da cidade, quem sabe eu volte cedo, ou não volte mais...(8)


"Caixa preta"

A perspicácia é mesmo mágica.
Trabalhada em dupla então...
Rasgando o escrito no meio,
o susto foi a salvação da obra que ainda está por vir.
O fragmento gerado por esta ação,
é a abertura estreita para um mundo que já ouvi,
mas não pensava existir.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

"Foi então que a perdi"



Verde como a grama,
Leve como a mais leve pluma,
louca como o grilo,
Que pula
               pula
                       pula de galho em galho.

Ela é mesmo uma travessa.

Cuidado menina, você pode cair e (me) machucar.
Desce daí de cima, me olha no olhar.
Já faz tempo que estou pra te contar dá vida.
Teimosa, parece Peter Pan.
Cresça e apareça.
De repente os ventos mudam.
Chacoalha a arvore.
Estalos gritados, barulho de queda
Eu disse pra segurar...
Nossa!!!
A coisa é séria,
esmeralda que agora é rubi rachado,
pareci não respirar!
Não morra agora menina,
se a vida não lhe serve,
pense na minha.
Me ouça enquanto decide se vai ou se fica.
Mesmo distraída, eu preciso de você ESPERANÇA!

domingo, 21 de julho de 2013

Parte 3

Antecedência

"Sem medir os passos, agora que saiu da inercia".

Os dias se passaram e durante a noite, Diego visitava Marina na escola. A menina que se encontrava com ele no intervalo, para a sala de aula não voltava. Sentados na esquina debaixo do poste, conversavam incansáveis. Se era a  lâmpada que iluminavam suas mentes proporcionando diversos assuntos, eles nem percebiam. Pensavam ser sobre suas cabeças somente a lua soberana. Nina aprendia mais com as conexões dialéticas com o garoto, do que dentro de sua sala de pré-vestibular. Ansiedade inofensiva, atacava Marina sempre, minutos antes dele chegar. Sem atrasos ele logo apontava sereno. Sorrindo um riso singular.
Diego se formava a cada dia uma incógnita tão bem elaborada, que Nina distraída desfocava da meta de o desvendar. Se rendia a presença agradável e ao perfume enleável. Sem contar no encontro de braços que Marina nunca sentirá igual. Na busca por liberdade e adrenalina, sua alma desejava estacionar bem naquele espaço.

Quer aventura maior do que simplesmente se apaixonar?

Apaixonar! Essa palavra que a arrepiava por inteiro. Ela não era de se iludir tão fácil, não se não compensasse o risco.Tão racional sempre, deu uma trégua a auto critica, e também espaço ao acaso. Sem pretensões maiores que não fosse sorrir sincera ao motivo que a fazia sorrir.

Como explicar essa sensação agradável que Diego a proporcionava desde o momento que entrou em sua vida? Como explicar a ocupação imediata de seus pensamentos, sonhos e lembranças?

Cada dia que se viam, conversavam uma vida...
Se encontraram três vidas antes do primeiro celo!

Sondaram o porque de se curtirem tanto e buscaram juntos respostas exatas para uma matéria que não era a matemática. (Inutilmente).
Nina pensou, se fosse criança seria fácil concluir, o porque gostava tanto de Diego.
Fosse pelo seu sorriso grande, por sua cor de chocolate e pelas brincadeiras que a deixavam a vontade.
Mas estranhamente, sendo adultos, ela diria o mesmo.
Ele também pensou, pensou e não encontrou respostas.
Se olharam, se aproximaram, se abraçaram e BEIJO!















quarta-feira, 17 de julho de 2013

"ESSE é para você"

Te quero bem, mas não te quero.
Meu bem querer é coisa fácil.
O querer "para mim' que é raro
Meu amigo, não sou mais tão inconstante.
Mais vale a beleza desse meu exato instante,
do que mil promessas de dias vagando sem fim.
Não é disso que estou afim.
Preciso de um espaço que o próprio não cabe dentro de mim.
Você ficaria tão perdido que seria covardia te sujeitar até mesmo a uma simples tentativa.
Lhe sugiro outros caminhos, mas que não te trarão até aqui.

sábado, 13 de julho de 2013

"Limite de velocidade"

Vou desacelerando,
segurando,
me contendo.
Me limitando a...
um degrau de cada vez.
re
    du
         zin
               do.
Você sinaliza quando corro em sua direção.
Me adverte com o olhar,
você esfria e assim me gela.
Eu preciso respeitar, se pretendo mesmo te alcançar.
E assim estacionar na sombra.
Vou manobrar minha ansiedade e aprender a te conduzir.


quarta-feira, 10 de julho de 2013

"Enquanto te espero"

Eu queria estar bem alto agora...
Onde meus medos não pudessem me alcançar.
Eu queria estar dormindo agora,
Pra que a realidade desse espaço para os meus sonhos.
Eu podia estar com febre nesse momento,
para que esse frio perdesse a propriedade sobre meu corpo.
Eu desejava estar presa de verdade,
para que essa minha liberdade me deixasse aqui sozinha.
Eu queria estar na chuva, descalça e vazia,
para que ausência nenhuma competisse minha agonia.
Eu podia estar voando agora,
para que o chão me poupasse a sua sanidade mesquinha.
Eu queria estar revoltada com o mundo,
para que meu lar virasse um universo paralelo.
Eu queria ser negativa ao extremo,
Para acreditar que não mereci nem instantes dos nossos momentos.
Eu poderia tentar enganar o espelho.
Mas meu reflexo revela,
só queria ter você agora, a um milimetro negativo do meu riso.








Me toque superficialmente...
Sentirei na alma!

segunda-feira, 8 de julho de 2013

"Sobre o tempo"



Difícil criar uma história, onde a personagem principal sou eu.
Onde a trama vem acontecendo em tempo real.
Mas sendo assim, não estou criando, apenas descrevo... Que seja!
Quando penso em incrementar com algo mais emocionante, sinto que estou traindo a originalidade dos fatos.
Mas confesso que é grande a vontade de pular alguns capítulos.
Se quem lê já se sente ansioso por novas páginas, imagine pra quem esta vivendo?
Vou dar uma trégua a minha imaginação desorganizada e lereis sobre o "tempo".

"Inverno em mim".

Meu sentimento oscila.
Muito ou pouco,
tudo ou nada.
Desculpe a sinceridade...
É que enquanto você não liga,
eu me distraio com a vida.
E quando você apareci, não te percebo chegar.
Daí já estou completamente interagida com outro olhar.
Eu preciso de lenha pra queimar.
E você quer tudo pronto,
espera chegar de surpresa e se aquecer?
Não será assim...
A previsão é de noites frias sem fim.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Parte 2


(Com) sequencia

Movimento retilíneo uniforme, do inicio da sala até a varandinha após a porta da cozinha. Marina percorria repetidamente esse trajeto besta. Passos medidos, velocidade ponderada porem constante. Em uma mão levava a xícara  de café quente e na outra o cigarro. Nina pensou sobre as flechas que desviara na noite passada. Cravou inconscientemente uma batalha abstrata com o pequeno ser de asas que travesso a amedrontava apontando sua arma em direção a sua maior relutância. Paralelos irônicos entre a guerra e o romance.

Foi assim durante toda a semana, mais pensativa que nunca. Diego e toda sua presença marcante, alojou em sua mente e lá se desvendava mais a cada instante. Nina procurava absorver oque conseguisse. A calma aparente contrastando nitidamente com a sua inquietude mental, a agitação desajeitada que o garoto se mostrara ser. Levemente cômico e doce.
Ela tentou desenhar oque concluiu, e a folha em branco se tornou palco que comportava sorrisos.
Seus sorrisos.
Contudo dentre oque Nina questionou a si durante os últimos dias, se destacava a oportunidade de mudança que ela viu nas indagações de Diego. Não digo mudança radical, para um novo desconhecido, digo resgate talvez, daquilo que se foi e ficou perdido.

"Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

E ao conversar com Diego, Nina percebeu que sua essência mesmo tímida, depois de anos desaparecida, veio a fora saldar um velho conhecido de personalidades. Ela concluiu que precisava dele para mostra-la o caminho que inspirava essa tal liberdade.

  




quinta-feira, 4 de julho de 2013

Parte 1

(Intro) Dedução

"Encontro de águas vindas de outros oceanos".

Um frio de arrepiar a saudade e confundir a identidade. Noite largada a esmo, que prometia deixar os "Cinco minutos" destorcer ou  auxiliar o destino.
Marina já nem fazia parte do contexto e usava o pretexto de não se proteger da solidão, por pura preguiça, desinteresse.
Noite clara, som manual, ambiente agradável, amigos cantando. Um céu que me falta palavras para explicar. Beleza infinda que só caberia na amplitude de um olhar livre. E ela o via sem fim.
Em um canto, ora noutro, Marina não participava do jovem grupo, pois se ocupava em esvaziar e encher de si.
Menina perspicaz sempre envolvida em suas dúvidas intermináveis, mal sabia que aquela noite a resguardava uma companhia para questionar até a sombra das arvores. E duvidar da realidade de sua própria existência.
Ela parecia distraída, mas seu olhar era fixo em um ponto. A aura clara de Diego.
Esse que incomodado com a aparente solidão de Marina, a chamou para socializar. Mas oque ele não sabia, era que ela já se encontrava interagida com seu olhar.
Então Diego, por algum motivo, achou propicio se inserir ao mundo de Nina. E lá, presentes portas e janelas, vista para a vida de um outro angulo. O intercambio de filosofias estava prestes a acontecer.
Falaram de politica a viagem astral. E todo o resto eram estrelas prestes a caírem sobre suas cabeças sonhadoras, realizando seus desejos mais bobos.
A certos encontros que fogem a simples explicação de casualidade cotidiana. Moléculas se agitam e energias que conspiram em prol de viabilizar a mistura.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

"Prova de fogo"

Se a pergunta for você... Vou ficar muda.
Se o som for na sua frequência... Dispensarei a onda.
Vou deixar preso por um tempo, quero a prova de que eu não controlo essa chama.
Se assim for constatado, deixarei arder.
Se por distração o fogo for apagado. Irei te esquecer.
Valendo!!!

terça-feira, 2 de julho de 2013

"Vou te contar..."



Depois do trabalho eu sempre ia ao mesmo lugar, pensar na vida, sentir a natureza, te ver passar.
Acostumada a te ver de longe "...como quem se esconde de viver um perigo..."
Observava seu jeito, seus gestos, seus anseios. Sempre de costas para não te encarar.
Seu fenótipo, seus trejeitos, descrevi seu olhar, só de imaginar. Desenhei sua anatomia, sua boca macia, confortável de beijar. Ensaiei matemática, cálculos, probabilidades, esquematizei o problema.
Pedro, João ou lucas... Qual seria seu nome? Qual combinaria tanto com seus óculos, seus cachos pretos caídos na testa, sua beleza discreta, seu ar singular?
Talvez fosse Gustavo, Otávio, "sei lá". De costas parecia mesmo o primeiro.
Todos os dias Pedro escolhia o mesmo lugar, se sentava na grama, encostava na arvore, cruzava as pernas cumpridas. De lado a mochila descombinava tão perfeitamente com seus tênis já no formato desajeitado de seus pés. Eu queria mesmo descobrir tudo, oque o levava ali, oque o mantinha ali e principalmente, por que eu o queria tanto aqui.
Na sua leitura, tão fixado, ele nem sentia o vento soprar. Enquanto isso eu lia a sinopsia da sua vida, eu precisava o desvendar.
Tenho sua fotografia e te escrevi músicas em pensamentos, cantarolei no chuveiro, fiz poemas inteiros. Mas após alguns dias te perdi de vista, te deixei escapar.
Pedro, se foi por games, quadrinhos ou pelo " mundo de Sofia" que você deixou de me deixar te pesquisar... Te digo que gosto de tudo que você resolver gostar. Se é por uma moça que você não vai mais ao mesmo lugar... Ela não te conheci, não te mereci e vai te machucar.
Ele não me escuta!!!
Acho que não comentei sobre o dia que Pedro apanhou os livros de magia que a garota atirou aos seus pés. É, eu não estava lá. Mas já posso imaginar... Outra história a partir da historia, mas essa não me interessa contar!
Mas Pedro, eu não vou te apagar.
Percebi que o personagem não pertenci ao autor.
Talvez sem querer eu mesma criei uma Helena perfeita para merecer seu amor.





segunda-feira, 1 de julho de 2013

"A francesa"

Abandona dona...
Abandona o drama...
Abandona a trama,
retire a lama, dos sapatos e das vistas.
Não invista, e se vista.
Vá, o dia te acordou com gosto de ressaca.
A realidade, essa vizinha mesquinha e invejosa,
te roubou os sonhos do quintal.
"Peque o vestido estampado, guarde pro carnaval,
guarde que eu nunca te quis mal,
até o feriado quarta feira de cinzas e tá tudo acabado..."