terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Inércia


Já decorei o espaço entre meu teto e o chão.
Todas as vezes que meus olhos caíram sobre meus pés, eu medi.
Me afundei, ali fiquei morando, bem no meio, no umbigo, na solidão.
Tá pequeno aqui, apertado, falta espaço para os meus sonhos...
Desaprendi a transformar meus braços em asas, desenhos infantis me provam,
eu já consegui antes...
Perdi a formula que calcula a distancia entre minha alma e o céu...
Eu juro que sabia.
E sobre a leveza da nuvem macia eu dormia,
e era tão bom viver assim, entre um voo e outro.
É que eu fui atingida por uma realidade fria, que inverna e paira sobre minha primavera.
Me transformou em covardia...
Eu não sei voltar para casa.
Minha estadia é fora de mim.


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