terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Encarnação


Eu tentei falar dele...
Duas ou três vezes peguei o papel,
esqueci a mão no queixo,
viajei na imensidão de uma folha vazia.
Não tanto quanto minha mente ao pensar nele.

Nada...  
         Nada...
               Absolutamente!

Chegava a doer, indignar. 
Um romance sem inspiração pra ditar.
De que vale e que nome leva? 
Pois romântico mais é a chuva lá fora a beijar o asfalto quente.
Aqui dentro, de casa, do papel, de mim...
Só tem a certeza,
De que se o poema morreu antes mesmo de nascer...

Sua alma deve estar para ser descoberta em outra pessoa.


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